É a voz de Alceu, sem licença
para invadir os cantos escuros
do coração,
espalhando fragmentos de um Crato
todo retorcido, nos poucos metros desse quarto
Estou irreconhecível para ti, eu lhe disse
"Deixe eu ir, eu vou só"
No rosto, as marcas de um tempo cruel
a todo o que criou raízes em sua incessante galut
"Deixe eu ir, eu vou só"
As mãos espalmadas mandam palavras
Rua André Cartaxo, 148
Estou irreconhecível para ti, eu lhe disse
Beleza, Chagas. Poema com gostinho de um passado que nunca voltou há 27 anos (pelo menos foi o que Elmar me disse, quando conversamos sobre sua longa ausência). Pois bem, 27 anos de Sampa, mas nunca longe do Crato. Vide esse poema que evoca a Rua André Cartaxo, 148. Era a sua casa? A propósito, estou burilando um texto que fala de duas personagens cratenses, diametralmente opostas, mas que se encontram numa intersecção: Maria Rôxa e o Brigadeiro. Mande-me algumas sugestões ou informações sobre sua vó. Pra mim ela foi a figura mais enigmática que, na verdade, não conheci. No mais, parabéns pelo belo poema de título, tal como sua vó, um tanto enigmático.
ResponderExcluirObs.: estou mandando o telefone de Elmar pelo e-mail. Ele disse que é o mesmo número.
Carlos,
ResponderExcluirGalut é a palavra hebraica para exílio.
Alguns nordestinos, eu entre eles, vivem em São Paulo sua própria galut.
Sobre vovó, te mando um e-mail.