Conheça seu poço.
O fundo de água barrenta.
Encontre na escuridão
seus peixes luminosos.
Os tremores por falta de oxigênio
logo passam e a nuca se refresca.
Você não sabe ao certo
onde deixou seu amigo imaginário.
Procure na rachadura da parede.
Lá perdera sua primeira moeda.
Faz falta o espaço enorme
do couro cabeludo
à unha morta.
Os milagres ocorrem assim mesmo -
o umbigo enterrado debaixo da bananeira
cuja fertilidade vem da fossa estourada.
Reconheça seu vácuo.
O barulho.
A queda.
O susto no final da vida
é um excelente presságio.
Ontem o suco derramado no jeans
e depois as formigas no rosto -
uma loucura não muito boa.
Blasfemou.
Quantos palavrões.
Patética a sua ira.
Entenda do seu fingimento.
Essa morte verdadeira.
O fundo do poço também é azulado.
Resquícios da plumagem dos canários belgas.
Sei que prefere o dorso da graúna.
Os olhos do corvo.
Seu negócio é esperar
com a luz acesa
a mariposa fujona.
Ela já se foi.
Apenas se abrigava
por pouco tempo
do temporal.
Veja -
a chuva passou.
Não peça no entanto
que as paredes se alegrem.
É muito frio ainda as vísceras do teto
embora as teias de aranha pareçam brasas.
É uma pena não saiba cantar.
Sequer assovios saem do seu ventre.
Lembre-se então da gatinha siamesa
rolando no chão de tanto cio.
Do outro lado do muro
toda espécie de corja.
Quanta maldade.
Bastavam dois minutinhos
e um grunhido prolongado.
Quem sabe em noites de lua
bebês não chorem no telhado.
O fundo de água barrenta.
Encontre na escuridão
seus peixes luminosos.
Os tremores por falta de oxigênio
logo passam e a nuca se refresca.
Você não sabe ao certo
onde deixou seu amigo imaginário.
Procure na rachadura da parede.
Lá perdera sua primeira moeda.
Faz falta o espaço enorme
do couro cabeludo
à unha morta.
Os milagres ocorrem assim mesmo -
o umbigo enterrado debaixo da bananeira
cuja fertilidade vem da fossa estourada.
Reconheça seu vácuo.
O barulho.
A queda.
O susto no final da vida
é um excelente presságio.
Ontem o suco derramado no jeans
e depois as formigas no rosto -
uma loucura não muito boa.
Blasfemou.
Quantos palavrões.
Patética a sua ira.
Entenda do seu fingimento.
Essa morte verdadeira.
O fundo do poço também é azulado.
Resquícios da plumagem dos canários belgas.
Sei que prefere o dorso da graúna.
Os olhos do corvo.
Seu negócio é esperar
com a luz acesa
a mariposa fujona.
Ela já se foi.
Apenas se abrigava
por pouco tempo
do temporal.
Veja -
a chuva passou.
Não peça no entanto
que as paredes se alegrem.
É muito frio ainda as vísceras do teto
embora as teias de aranha pareçam brasas.
É uma pena não saiba cantar.
Sequer assovios saem do seu ventre.
Lembre-se então da gatinha siamesa
rolando no chão de tanto cio.
Do outro lado do muro
toda espécie de corja.
Quanta maldade.
Bastavam dois minutinhos
e um grunhido prolongado.
Quem sabe em noites de lua
bebês não chorem no telhado.
Domingos,
ResponderExcluirNão sou crítico. Não sou algoz
Prefiro ser um cerimonialista
Para anunciar os prêmios
E compartilhar a alegria daqueles que fizeram jus ao troféu
Sou diferente porque gosto de poesia
E abomino a crítica daqueles que não fazem poesia (e nunca farão)
Porque são uns abortados
E gostam de espalhar merda
Jogando-a no ventilador
Sou um pobre romântico
Que acredita na família, na propriedade, na tradição e na modernidade
Sou um simples professor de História
Essa ciência menor
Há ciências maiores
Do tamanho do ego dos que já morreram
E apodrecem em praça pública
Quero morrer depois de ser enterrado
Para não causar constrangimento aos enamorados
Que não merecem o cocô cagado pelos cães
Atrapalhando-os o longo beijo na boca