terça-feira, 19 de maio de 2009

O Caminho Contrário Das Nuvens

É bom sentir os rins doloridos
após um suspiro torto.

O dedo mindinho tem uma unha morta -
e outra novinha em folha já nascendo.

Desejo por toda a minha alma
que as orelhas cresçam
e me abanem a nuca.

Meus cabelos brancos dentro do nariz são azuis.

A luz do poste da esquina é sagrada -
sob ela conspiram insetos ecumênicos.

Cada um com sua infância -
e o assombrado corredor escuro
onde a cadeira de balanço
range
ou suspira.

Ninguém sentado.
Nem o fantasma do avô.

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