domingo, 31 de maio de 2009

A VERDADE DOS QUE SABEM ESCUTAR E DAQUELES QUE NADA CONSEGUEM VER ALÉM DO INSTINTO

CARLOS CASTANEDA:

“Minhas experiências com meus semelhantes me provaram que muitos poucos entre eles estariam dispostos a escutar; e dentre esses poucos que escutam, um número menor ainda estaria disposto a agir segundo o que escutou; e dentre os que estão dispostos a agir, menos ainda tem suficiente poder pessoal para aproveitar seus atos” (Castaneda, Carlos. Porta para o Inferno, p.206).


TESTEMUNHO QUE DEUS É AMOR
(trechos do livro “Teilhard, Testemunha do Amor”)

Pode o homem fazer o que quiser. Jamais poderá escapar às conseqüências de sua natureza superior que o obrigam, sob pena de desequilíbrio, a situar-se no nível superior do amor consciente. O relativismo sociológico poderia fazer crer que aquele que aceita as injustiças e as desigualdades sociais está no desequilíbrio. Tal não pode ser. As condições biossociológicas são tais que o escravo, situado abaixo do mínimum vital para todas as necessidades e sobretudo as necessidades espirituais do indivíduo, está desequilibrado; o mesmo, porém, se dá com o tirano que se põe acima da condição humana fazendo-se todo-poderoso. Obedecer às leis da amorização está na base da sabedoria social e política, como da inconsciente sabedoria do corpo.
“Sofremos e nos inquietamos verificando que as tentativas modernas de coletivização humana, contrariamente às previsões da teoria e ao que esperávamos, não resultam senão num rebaixamento e numa escravização das consciências...Somente o amor, pela boa razão de que somente ele toma e une os seres pelo fundo de si mesmos, é capaz - como o mostra a experiência cotidiana - de consumar os seres enquanto seres, reunindo-os. A que momento, com efeito, dois amantes atingem a mais completa posse de si mesmos senão naquele momento em que se dizem perdidos um no outro? Realmente o gesto mágico, o gesto tido como contraditório de “personalizar” totalizando, o amor o não realiza a cada instante, no casal, na equipe, ao nosso redor? E o que ele opera assim cotidiamente numa escala reduzida, por que não o haveria de repetir um dia nas dimensões da Terra? A Humanidade; o Espírito da Terra; a Síntese dos indivíduos e dos povos; a Conciliação paradoxal do Elemento e do Todo, da Unidade e da Multidão: para que essas coisas ditas utópicas, e no entanto biologicamente necessárias, tomem corpo no mundo, não bastaria imaginar que nosso poder de amar se desenvolva até abraçar a totalidade do homem e da Terra? ...Um amor universal: não é o único modo completo e final como possamos amar”.
...O homem é homem desde a origem, isto é, no grau superior do amor; mas diferentemente do animal que, obedecendo a seus instintos, tem pouca necessidade de aprender a conhecê-los e realizá-los corretamente. O drama de certa educação técnica está exatamente em minimizar os valores essenciais do coração. Opõem-se ou se justapõem-se a razão superior e o sentimento inferior e se esquece que, no homem, o coração, o amor não são a afetividade elementar inferior irracional, mas a união a um nível superior do racional [intuição] e do afetivo, graças ao cérebro pré-frontal humano, que dá à reflexão sua dimensão completa, da ordem do amor.
...A criação não é o gesto de um artífice humano, mas a dependência metafísica de todo o criado. As leis do aparente materialismo científico não se opõem ao verdadeiro Deus que antes impõem logicamente. São as leis da criação. Aquele que crê em Deus Amor encontra o amor no mundo, mas aquele que encontrou o amor no mundo tem a confirmação científica de que Deus é Amor.
... Assim sendo, o amor é o segredo do mundo e não nos resta mais escolha senão amar ou perecer. Mas não sabemos o que é o amor (pp.34-50).
(CHAUCHARD, Paul - Teilhard, Testemunha de Amor, Cadernos Teilhard 13, s.ed., Petrópolis-RJ, Vozes, 1967, pp.52, Trad.: Frei Eliseu Lopes, O.P.).

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