O mundo, seja no reino mineral, animal ou vegetal, é um dispersor de diversidades. Especialmente nos reinos animal e vegetal. O papel do homo sapiens sobre a natureza é inquestionável pela global capacidade de modificação que teve e mantém. Uma das mais evidentes é a agricultura e a pecuária.
Ao se tornar sedentário, aquele homem de caça e colheita, foi de encontro à natureza: funcionou como um redutor de diversidades. A monocultura, como a soja, a cana, a laranja, a uva entre tantas, é o exemplo mais acabado e que se encontra na raiz da extinção de espécies e, portanto, da diversidade na terra.
Não é por acaso que os estudos se voltaram para um elo perdido da humanidade, para a pré-história, quando outros alimentos, mais ricos que os atuais, eram utilizados. Um caso clássico é o do Amaranto a grãos.
O Amaranto a grãos foi cultivado há cinco mil anos pelos povos primitivos do México, junto com a abóbora e a pimenta. Na cultura Asteca o Amaranto se destaca como uma grande fonte de nutrientes, de qualidade terapêutica e ritualística. Eram aproveitados os grãos até como farinha para diversos alimentos como os tamales e das folhas se faziam molhos deliciosos.
Como rito a farinha do Amaranto era oferecida no panteão dos deuses astecas e simultaneamente comidas pelos fiéis como se faz com o pão na comunhão com o cristo. Desta mesma farinha se fazia uma pasta com qual se elaboravam artesanatos para as crianças recém-nascidas, com motivos de flechas, arcos etc.
Segundo pesquisadores, o rito com o Amaranto e o abandono do seu cultivo decorreu da perseguição cristã e da imposição seletiva pelas escolhas dos conquistadores europeus. O Amaranto virou uma erva daninha da monocultura do século XX em todas as Américas, especialmente nas grandes extensões de soja.
Mais do que uma vingança vinda da pré-história o que passo a relatar é uma comprovação daquilo que a soberba e a ganância monopolista do capital faz. Falo da questão da agricultura e da criação de animais geneticamente modificados (TRANSGÊNICOS). Como sabemos objeto de grandes discussões científicas, por vezes até mesmo extremadas.
Qual o núcleo duro e racional da cautela com a manipulação e dispersão destes organismos geneticamente modificados? A primeira delas era o monopólio que as empresas de manipulação genética passariam a ter na produção dos alimentos da humanidade. Com isso tornando a iniciativa privada o cárcere dos países e dos povos. Tudo pelo lucro e a humanidade como suserana.
A segunda tinha por base a possível hibridização entre os seres geneticamente modificados e os demais. Em outras palavras, genes modificados poderiam migrar para outros seres vivos, inclusive de espécie diferente. Os grandes manipuladores negaram isso e “compraram consciências”, pois este era, inegavelmente, um fenômeno evidente na natureza: a transferência contínua de genes intra e entre espécies.
A terceira era a seleção natural. Desde muitos séculos (não apenas com Darwin que sistematizou o conceito) que se conhece o poder da seleção natural. Como também se conhece o poder ainda maior num território de monocultura, já que a seleção além de ocorrer velozmente, termina por ser substituída por uma ou poucas espécies.
Mesmo assim grandes Multinacionais como a MONSANTO, velha conhecida das lutas pelo Meio Ambiente, foi em frente e as plantas geneticamente modificadas se espalham pelo mundo todo. No Brasil a estratégia destas empresas foi corroendo por dentro das instituições e dos plantadores até que por força violenta do fato consumado, se estabeleceu.
Agora nos EUA se comprovou a migração de um gene da soja geneticamente modificada, chamada Roundup Ready para o Amaranto. Aquele mesmo que alimentava os Astecas e se tornaram a erva daninha incontrolável da cultura de soja. Como funciona a estratégia da Monsanto?
A Monsanto descobriu e produziu o Roundup, um herbicida que destrói qualquer erva daninha, inclusive a soja. É o que se chama um herbicida total. Num segundo passo a Monsanto manipula geneticamente a soja, introduzindo um gene que resiste ao Roundup. Um negócio das arábias: ganha no grão para plantio e torna cativo o plantador ao seu herbicida.
Aí aconteceu o que negavam, agora se pode afirmar e a Monsanto tem de responder por isso nos tribunais: houve hibridação entre a soja e o Amaranto. Agora só dar Amaranto, muito mais “competente” que a soja no processo de seleção natural. Os campos que antes eram de soja, agora são de Amaranto. Já se identificaram nos EUA cinco mil hectares e outros cinqüenta mil estão sob ameaça.
Tem uma saída. Sem a Monsanto por ganância, a civilização que renegou o Amaranto nos seus primórdios, agora o terá no prato. Modificado geneticamente, mas certamente livre do herbicida e da concorrência com outras espécies.
Ao se tornar sedentário, aquele homem de caça e colheita, foi de encontro à natureza: funcionou como um redutor de diversidades. A monocultura, como a soja, a cana, a laranja, a uva entre tantas, é o exemplo mais acabado e que se encontra na raiz da extinção de espécies e, portanto, da diversidade na terra.
Não é por acaso que os estudos se voltaram para um elo perdido da humanidade, para a pré-história, quando outros alimentos, mais ricos que os atuais, eram utilizados. Um caso clássico é o do Amaranto a grãos.
O Amaranto a grãos foi cultivado há cinco mil anos pelos povos primitivos do México, junto com a abóbora e a pimenta. Na cultura Asteca o Amaranto se destaca como uma grande fonte de nutrientes, de qualidade terapêutica e ritualística. Eram aproveitados os grãos até como farinha para diversos alimentos como os tamales e das folhas se faziam molhos deliciosos.
Como rito a farinha do Amaranto era oferecida no panteão dos deuses astecas e simultaneamente comidas pelos fiéis como se faz com o pão na comunhão com o cristo. Desta mesma farinha se fazia uma pasta com qual se elaboravam artesanatos para as crianças recém-nascidas, com motivos de flechas, arcos etc.
Segundo pesquisadores, o rito com o Amaranto e o abandono do seu cultivo decorreu da perseguição cristã e da imposição seletiva pelas escolhas dos conquistadores europeus. O Amaranto virou uma erva daninha da monocultura do século XX em todas as Américas, especialmente nas grandes extensões de soja.
Mais do que uma vingança vinda da pré-história o que passo a relatar é uma comprovação daquilo que a soberba e a ganância monopolista do capital faz. Falo da questão da agricultura e da criação de animais geneticamente modificados (TRANSGÊNICOS). Como sabemos objeto de grandes discussões científicas, por vezes até mesmo extremadas.
Qual o núcleo duro e racional da cautela com a manipulação e dispersão destes organismos geneticamente modificados? A primeira delas era o monopólio que as empresas de manipulação genética passariam a ter na produção dos alimentos da humanidade. Com isso tornando a iniciativa privada o cárcere dos países e dos povos. Tudo pelo lucro e a humanidade como suserana.
A segunda tinha por base a possível hibridização entre os seres geneticamente modificados e os demais. Em outras palavras, genes modificados poderiam migrar para outros seres vivos, inclusive de espécie diferente. Os grandes manipuladores negaram isso e “compraram consciências”, pois este era, inegavelmente, um fenômeno evidente na natureza: a transferência contínua de genes intra e entre espécies.
A terceira era a seleção natural. Desde muitos séculos (não apenas com Darwin que sistematizou o conceito) que se conhece o poder da seleção natural. Como também se conhece o poder ainda maior num território de monocultura, já que a seleção além de ocorrer velozmente, termina por ser substituída por uma ou poucas espécies.
Mesmo assim grandes Multinacionais como a MONSANTO, velha conhecida das lutas pelo Meio Ambiente, foi em frente e as plantas geneticamente modificadas se espalham pelo mundo todo. No Brasil a estratégia destas empresas foi corroendo por dentro das instituições e dos plantadores até que por força violenta do fato consumado, se estabeleceu.
Agora nos EUA se comprovou a migração de um gene da soja geneticamente modificada, chamada Roundup Ready para o Amaranto. Aquele mesmo que alimentava os Astecas e se tornaram a erva daninha incontrolável da cultura de soja. Como funciona a estratégia da Monsanto?
A Monsanto descobriu e produziu o Roundup, um herbicida que destrói qualquer erva daninha, inclusive a soja. É o que se chama um herbicida total. Num segundo passo a Monsanto manipula geneticamente a soja, introduzindo um gene que resiste ao Roundup. Um negócio das arábias: ganha no grão para plantio e torna cativo o plantador ao seu herbicida.
Aí aconteceu o que negavam, agora se pode afirmar e a Monsanto tem de responder por isso nos tribunais: houve hibridação entre a soja e o Amaranto. Agora só dar Amaranto, muito mais “competente” que a soja no processo de seleção natural. Os campos que antes eram de soja, agora são de Amaranto. Já se identificaram nos EUA cinco mil hectares e outros cinqüenta mil estão sob ameaça.
Tem uma saída. Sem a Monsanto por ganância, a civilização que renegou o Amaranto nos seus primórdios, agora o terá no prato. Modificado geneticamente, mas certamente livre do herbicida e da concorrência com outras espécies.
Poderíamos dizer que a ciência existe de fato para o benefício da humanidade? No fundo, no fundo, boa parte dos esforços na ciência estiveram voltados para o uso militar e para a produtividade do capital. A fome campeia num mundo que já detém os meios científicos de reduzi-la a números módicos. Mas se a aplicação desses meios não produzir os retornos que o capital espera -- em decorrência de um excesso de oferta que faz os preços baixarem -- então não há motivo para aplicá-la. É a ciência do capitalismo.
ResponderExcluirO sonho do capitalismo é o aumento da produtividade, mas até o ponto em que permita os máximos retornos. Daí todo esforço em ciência, a incessante busca por inovação tecnológica. Evidentemente que os homens sempre buscaram inovações tecnológicas para facilitar a vida. A faca de pedra, o arco e flecha, o fogo e zilhões de outras coisas.
Hoje, porém, poderíamos imaginar que no centro dos desejos por inovação tecnológica dever estar o de uma possibililidade de modificação genética que permita o surgimento de um homem capaz de trabalhar horas a fio sem reclamar, sem exigir aumento de salário, imune ao estresse. Um homem perfeitamente docilizado, completamente diferente do que a escola-panóptico não conseguiu criar. Infelizmente ainda há aqueles que reclamam, que são associados a sindicatos, e fazem todo tipo de exigência, homens não tão dóceis.
As alterações resultante de esforços culturais não permitem um completo controle, não são tão seguras. Temos o homem consumista, cuja consciência é diariamente polida pela publicidade através dos meios de comunicação de massa. Mas é um troço que está sujeito a desconstruir-se mais rápido do que se tivesse sido causado por uma alteração genética. Basta uma mudança de foco na educação.
Haverá um dia em que a classe trabalhadora será toda ela uma população de humanos transgenicizados? (Essa palavra existe?)
Dona Maria diria: deixa de ser besta Francival.