quinta-feira, 2 de julho de 2009

Deu no Terra Magazine: a lavagem de dinheiro no futebol

O Terra Megazine por Bob Fernandes publica importante assunto para se pensar o momento da economia. Uma matéria do blogueiro Fábio Kadow sobre um relatório do Financial Action Task Force, agência internacional criada em 1989 pelo então G7 para fiscalizar e combater a lavagem de dinheiro no mundo todo. E quem se encontra profundamente na lavanderia do dinheiro sujo? O futebol que há pouco mais de um dia festejou com estádio cheio a compra milionária de Kaká e Cristiano Ronaldo para um time espanhol. Diz o blogueiro: “o dinheiro do tráfico de órgãos e de drogas, sonegação fiscal e corrupção estão no cotidiano do esporte. E a Inglaterra, com nove dos 20 clubes da milionária Premier League sendo administrados por estrangeiros, é um dos locais preferidos para essas pessoas que investem dinheiro ilegal no futebol.”

E confirma a prática com a explicitação de casos reais: “jogadores que disputam a Premier League (suas identidades não foram reveladas) chegaram a confirmar que, seguindo acordos feitos pelos seus agentes, recebem seus salários ou o pagamento pelos direitos de imagem em paraísos fiscais, fugindo do fisco inglês. Não se trata de mais um escândalo, apenas do modo como evoluiu o capitalismo real na ponta da exploração de atividades criminosas e na ponta do emprego financista.

Todos estão de acordo que talvez o modo verdadeiramente eficaz de combater práticas danosas à humanidade com o fito de exploração econômica seja o próprio controle da moeda nas mãos dos exploradores. Sem recursos, deixariam de ser exploradores, se tornando iguais aos demais. Como as moedas são dos Estados Nacionais e de algum modo passam pelos Bancos Centrais, entre outras instituições, não restam dúvidas que o combate à lavagem de dinheiro passa pelo fim dos paraísos fiscais. Aí não tratamos apenas daquele vezo liberal da ira aos impostos, mas do controle fiscal como instrumento de controlar a origem daquele dinheiro. Sem controlar as lavanderias, o crime organizado irá adiante: financiado milícias armadas, corrompendo as instituições do Estado, criando instrumentos mafiosos na dinâmica econômica e social e, especialmente, destruindo a inteireza da humanidade desejada por todos.

E a questão é de natureza política e de algum modo revolucionária. No corpo do relatório (link http://www.fatf-gafi.org/dataoecd/7/41/43216572.pdf ) se observa o quanto no negócio do futebol a estrutura é enorme. Com dados de 2006 se estimavam 265 milhões de jogadores, ou seja, 8% da população mundial. Deste total de jogadores, 38 milhões estavam registrados em alguma liga. Existem 301.000 clubes e entre os 20 países com maiores números de jogadores registrados estão: Alemanha (mais de 6 milhões); USA (mais de 4 milhões) e Brasil (mais de 2 milhões).

Mais politizada se torna, pois o negócio do futebol se concentra na Europa com faturamento de 13,8 bilhões e este se concentra em cinco ligas (68%). Em outras palavras o problema do capitalismo mundial continua sendo do sistema financeiro e este além dos problemas de bolhas de mercado, tem os paraísos fiscais, a lavagem de dinheiro de atividades criminosas entre tantas.
A verdade é que não se pode confiar num modelo líquido e certo para a evolução dos fenômenos econômicos, sociais e políticos. Do mesmo modo que a confiança de Marx e Engels na evolução do capitalismo para o socialismo foi atropelada pela burocracia que seqüestrou os meios econômicos dos seus povos, igualmente se dirá do capitalismo nesta fase de desenvolvimento. Aqui degenerando em ligas de interesses corporativos, violentas como as máfias, as milícias, traficantes, negociantes da violência, da corrupção de toda natureza e da destruição social.

Nenhum comentário:

Postar um comentário