domingo, 5 de julho de 2009

Sonho-te - Por Claude Bloc

São estes os passos
que se alastram pela solidão da tarde.
E o sorriso não consegue domá-los
nem contê-los.
Chegam-me as réstias
o resto, o pó de tuas palavras
A aspereza de um gesto
desnecessário
Hoje sonho-te
e tuas mãos estão inertes
e se calam
no calor da tarde.
.
Texto e fotos - por Claude Bloc

3 comentários:

  1. Muito bem, Claude, as fotos ficaram muito boas.

    Abraços,

    Dihelson Mendonça

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  2. "Chegam-me as réstias
    o resto, o pó de tuas palavras
    A aspereza de um gesto
    desnecessário"

    Disse tudo !

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  3. E o texto igualmente bom. Ambos se misturam como uma só coisa. A coisa que é o território, com varas por cerca, madeira por assento e cedro para alimentar-se. Um texto em que o medo da nostalgia (ou da melancolia)não existe. Sente-se afastado da terra e deste afastamento se padece. Mas para escrever sobre isso é preciso ter tido com esta terra, mesmo vivendo dramas terríveis ou doces lembrança, um profundo reconhecimento de todo o seu universo. Quem apenas sentiu a crítica da sua própria "feiura" e não soube trabalhar a labilidade classificatória do conceito da "feiura" como mero estágio de uma insegurança passageira, vive o horror da nostalgia, a lâmina afiada de um despeito de não ter sabido sua relatividade ainda no território.

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