domingo, 23 de agosto de 2009

Água

Sei que louvando a Poesia
estou a adorar um único Deus

embora a Poesia pareça
ao mesmo tempo
com tantas coisas

sob a mesma luz
tantas sombras.

Sei que corro um risco danado
de ser a Poesia

uma assombração medonha
atrás da porta

um bicho-papão debaixo da cama

um abismo infindável no fim do corredor

mas não tenho outra Verdade
não consigo beber doutra Fonte

então não tenho medo
e continuo acendendo

uma única vela
para tantos deuses.

2 comentários:

  1. Gostei muito desse poema, Domingos.

    Peço a sua permissão para ilustrar o Pensamento do Dia com ele no Blog do Crato.

    Um grande abraço,

    Dihelson Mendonça

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  2. Meu camarada,
    a ti toda permissão
    com afeto.
    Um forte abraço.

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