Calma, Tropa de Choque!
Não estou falando de política. Estou falando de futebol. Precisamente da crise da lateral esquerda da Seleção Brasileira, nossa querida Canarinha.
Dunga está no cargo há três anos e ainda não encontrou um lateral esquerdo titular à altura da tradição que o nosso país tem na posição, notadamente durante as Copas do Mundo.
Pra começar, em 58 e 62, o posto estava muito bem entregue a Nilton Santos, a Enciclopédia (Até o complemento dado ao nome dos craques daqueles velhos tempos era poeticamente belo).
Pulemos 1966. O pior desastre brasileiro em Copas. Fomos eliminados nas eliminatórias (faz sentido) e humilhados pelos nossos patrícios portugueses sob o comando de Eusébio (o que não faz nenhum sentido mais).
Depois, na antológica Copa de 1970, nosso lateral esquerdo era um jogador do Grêmio Portoalegrense (é preciso detalhar porque hoje tem um time genérico... o Grêmio Barueri). Everaldo. Que faleceu em plena carreira. Era um craque e foi uma grande perda.
Em 1974, Marinho Chagas, o diabo louro, clássico, charmoso.
Em 1978, Rodrigues Neto. Burocrático, mas eficiente. Deu conta do recado.
Em 1982, o sucessor da Enciclopédia, até hoje: Leovegildo Lins da Gama Júnior, ou simplesmente Júnior (pena que fez parte da geração daquela triste década perdida).
1986, 1990 e 1994, só deu ele, o mais longevo lateral brasileiro em copas: Branco, um dos grandes responsáveis pelo Tetra, quando saiu da reserva e fez aquele gol salvador contra a Holanda no segundo mata-mata.
1998, 2002 e 2006: Roberto Carlos, igualmente longevo na seleção, mas que queimou o seu filme na desclassificação vergonhosa do Brasil pela França, quando deixou Thierry Henry sozinho para marcar o gol. Sem falar que fez parte do time perdedor na final de 1998 para a igualmente França, e de goleada por 3 a 0, falhando em um ou dois dos gols sofridos. Quando foi vencedor em 2002, perdeu a chance de se redimir quando esnobou Pelé, não retribuindo-lhe um sincero abraço.
É bom saber: só existem três reis no Brasil: Luiz Gonzaga, Pelé e Roberto Carlos (mas, este é o cantor, o Rei da Juventude).
E agora, Dunga: André Santos (ex-corinthians), Kleber (Internacional), Juan (Flamengo) ou Gilberto (Cruzeiro)?
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