Ultimamente estou me arriscando a levar chumbo do Maurício Tavares. Ando falando muito da questão da mensagem em comunicação social. Aliás, confesso que pegando a trilha fácil de falar mal das grandes corporações de mídia brasileira. De qualquer forma como se trata de uma crítica ao geral é pelos grandes que fica mais fácil abrir o texto.
Sobre o estágio de técnicos de nível médio e superior nas organizações privadas e públicas. Especialmente quando o estagiário em exercício envolve risco para terceiros. Mas antes de avançar, não esqueçamos que no universo entrópico toda técnica tem uma margem de erro seja ele humano ou não. Com alguma freqüência o erro de escolha da técnica e execução da mesma.
Um dos maiores calculistas brasileiro, Joaquim Cardoso, um homem de grande apuro intelectual, poeta maior, com grande experiência técnica esteve envolvido naquele que foi um dos maiores desastres da engenharia do país: a queda do Palácio de Exposições da Gameleira em Belo Horizonte. O seu escritório fizera os cálculos da estrutura.
Quando a aplicação da técnica ocorre pela mente e mãos dos estagiários ou aprendizes, nos acomete uma ânsia de insegurança. As técnicas nesta civilização são tão antinaturais (aproveitando os caminhos naturais da força, massa e energia) que precisam de pessoas bem treinadas para executá-las. O mundo está cheio de especialistas em técnicas.
Acontece que juntado os dois últimos parágrafos (o experiente e o inexperiente) o que diferencia mesmo é a avaliação contínua sobre o uso de qualquer técnica (incluo aqui não apenas o instrumento tecnológico, mas todo o processo). A mensagem principal é saber-se exatamente o monitoramento e a avaliação tanto da técnica quanto de quem a aplica?
A longa introdução para falar de uma notícia ontem no Jornal Nacional sobre um acadêmico de medicina em exercício profissional acobertado pelo próprio diretor do hospital. O principal era esperteza do diretor ao colocar um estagiário para executar as tarefas que lhes cabiam. Mas o JN tornou um escândalo o estagiário atendendo doente e se passando por médico.
A narrativa andou tanto por este caminho que chegaram a entrevistar uma suposta vítima do estagiário e esta atribuiu um dano à saúde de sua família. Pura bobagem, e se o estagiário aplicou exatamente os medicamentos que qualquer médico receitaria? Não interessava, ela e o JN já deram com líquido e certo o dano.
Acontece que os médicos que eventualmente lerem esta postagem saberão que a maior parte já desempenhou papel igual ao deste estagiário. Os médicos brasileiros de um modo geral treinam nos hospitais públicos ou conveniados ao SUS. Não significa que também não freqüentem, como “assistentes”, os hospitais privados e os de Planos de Saúde.
Vou dar este exemplo por relevante e não expor ninguém. Eu fui colega de turma do Paulo Niemeyer Filho aqui no Rio. Filho do velho Paulo Niemeyer e um dos melhores neurocirurgiões da cidade (ambos). Acontece que um parente meu teve que submeter-se a procedimento neurocirúrgico e quando entramos no consultório do velho médico e durante o ato cirúrgico, ele sempre esteve presente ao lado do pai. Eu também, é claro.
Sobre o estágio de técnicos de nível médio e superior nas organizações privadas e públicas. Especialmente quando o estagiário em exercício envolve risco para terceiros. Mas antes de avançar, não esqueçamos que no universo entrópico toda técnica tem uma margem de erro seja ele humano ou não. Com alguma freqüência o erro de escolha da técnica e execução da mesma.
Um dos maiores calculistas brasileiro, Joaquim Cardoso, um homem de grande apuro intelectual, poeta maior, com grande experiência técnica esteve envolvido naquele que foi um dos maiores desastres da engenharia do país: a queda do Palácio de Exposições da Gameleira em Belo Horizonte. O seu escritório fizera os cálculos da estrutura.
Quando a aplicação da técnica ocorre pela mente e mãos dos estagiários ou aprendizes, nos acomete uma ânsia de insegurança. As técnicas nesta civilização são tão antinaturais (aproveitando os caminhos naturais da força, massa e energia) que precisam de pessoas bem treinadas para executá-las. O mundo está cheio de especialistas em técnicas.
Acontece que juntado os dois últimos parágrafos (o experiente e o inexperiente) o que diferencia mesmo é a avaliação contínua sobre o uso de qualquer técnica (incluo aqui não apenas o instrumento tecnológico, mas todo o processo). A mensagem principal é saber-se exatamente o monitoramento e a avaliação tanto da técnica quanto de quem a aplica?
A longa introdução para falar de uma notícia ontem no Jornal Nacional sobre um acadêmico de medicina em exercício profissional acobertado pelo próprio diretor do hospital. O principal era esperteza do diretor ao colocar um estagiário para executar as tarefas que lhes cabiam. Mas o JN tornou um escândalo o estagiário atendendo doente e se passando por médico.
A narrativa andou tanto por este caminho que chegaram a entrevistar uma suposta vítima do estagiário e esta atribuiu um dano à saúde de sua família. Pura bobagem, e se o estagiário aplicou exatamente os medicamentos que qualquer médico receitaria? Não interessava, ela e o JN já deram com líquido e certo o dano.
Acontece que os médicos que eventualmente lerem esta postagem saberão que a maior parte já desempenhou papel igual ao deste estagiário. Os médicos brasileiros de um modo geral treinam nos hospitais públicos ou conveniados ao SUS. Não significa que também não freqüentem, como “assistentes”, os hospitais privados e os de Planos de Saúde.
Vou dar este exemplo por relevante e não expor ninguém. Eu fui colega de turma do Paulo Niemeyer Filho aqui no Rio. Filho do velho Paulo Niemeyer e um dos melhores neurocirurgiões da cidade (ambos). Acontece que um parente meu teve que submeter-se a procedimento neurocirúrgico e quando entramos no consultório do velho médico e durante o ato cirúrgico, ele sempre esteve presente ao lado do pai. Eu também, é claro.
Zé do Vale
ResponderExcluirA imprensa (jornal, rádio tv etc.) tem se pautado muito por um viés sensacionalista. A questão ética , muitas vezes, é colocada de lado para dar espaço à matérias mal apuradas e um denuncismo sem fundamentação.Substituiu-se o jornalismo investigativo (caro e de difícl produção) por uma certa moralidade hipócrita já que os jornais muitas vezes são escritos por estagiários mal pagos.