quarta-feira, 30 de setembro de 2009

LANTERNA AZUL (Em: Fuga pela Claraboia, de Francisco de Freitas Leite)


LANTERNA AZUL

Mas se o maquinista fosse daltônico
a locomotiva teria parado.
(Felipe de Oliveira, 1891 – 1933)

O frio da noite densa
abria o escuro com pedacinhos de água...

Alguns meninos
distraídos do mundo
e brincando com lanterninhas
pousaram luzes detrás dos flocos de neve...

Talvez míope, talvez encantado,
o maquinista deteve o trem
e creu ver vaga-lumes azuis
ou era nova lanterna de estranho semáforo...

E, na estação adiante,
passageiros reclamavam o insólito atraso.

(Para Geraldo Urano)

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