Nos últimos dias o Twitter pegou pesado com duas "celebridades" e os erros do seu português ruim. Quando Sasha, filha da Rainha dos Baixinhos e das Bichinhas, escreveu cena (de cinema) com S os tuiteiros encheram (com ch) o Twitter de Xuxa com gozações. A resposta da Rainha (?) foi estúpida e idiota como ela sabe ser. Alegou que a filha dela tinha sido alfabetizada em inglês e que os pobres mortais não mereciam conversar com seu "anjo" de onze anos. A que ponto chegamos! Alguém justifica a cagada da filha tentando esnobar os pobres críticos com o argumento que pra filha o que importa é escrever em inglês.
Na mesma semana Ana Maria Brega, dando uma receita, falou que castanha-do-pará era uma fruta da fauna amazônica. Anne Marie é a rainha das cagadas. Uma Xuxa versão baranga. O meu Twitter se encheu, como no caso da Xaxa, de piadinhas com a "avó" televisiva da Luciana Gimenez.
Quando impliquei com uma participante do blog que escreveu "passiva de alteração" no lugar de "passível de alteração" tive o mesmo sentimento dessas pessoas que gozaram com a Xaxa e a Brega. A gente pode errar à vontade em uma carta pessoal mas não em um meio público de comunicação. O efeito multiplicador do erro é devastador. Me canso de ver alunos da graduação escrevendo "palavras de baixo escalão" em vez de Calão (gíria). Em algum lugar eles ouviram ou leram alguma anta falar ou escrever a famosa expressão de maneira errada e repetiram isso. A língua é dinâmica , mutável etc. Mas alguns erros na mídia são imperdoáveis. Você já imaginou se daqui algum tempo as pessoas estiverem falando e escrevendo como a Ana Maria e a Lulu Gimenez! Talves fosse uma situação "impassível" de alteração.
Beijinhos, beijinhos, pau, pau.
Caro Maurício,
ResponderExcluirSou filho de professor de português e cresci em um tempo em que erro de concordância verbal era motivo para pena de morte. Hoje os linguistas já se posicionam a favor da relatividade do erro, alguma coisa assim como: quem faz a língua dinâmica e mutável eternamente ( como a vida) é o povo e que, pois, não haveria erros , mas maneiras diferentes de escrever a mesma coisa. Ou seja, o erro de hoje poderá ser o acerto de amanhã. Mas ninguém é , de sã consciência, contra a gramática normativa, até para mudar, vc tem que saber o que está mudando. Fico puto da vida porque vejo as mesmas pessoas que defendem esta liberalidade toda com o português serem rigorosíssimas, na formalidade, quando escrevem em inglês. E quando falam outras línguas querem falar sem nenhum sotaque, com toda perfeição desse mundo. Português é a nossa língua e quem quiser viver no Brasil tem que aprender a escrever com correção( até para escrever errado é preciso saber escrever certo, primeiramente).Quem não quiser se muda ou fica mudo!Isso não tem importância prática? Façam redação para o vestibular ou pra concursos! Escrevam uma carta pedindo emprego, com erros crassos de português! Todos cometemos erros e temos que compreender que escrever com toda perfeição é dificílimo. Agora é preciso tentar e buscar o aperfeiçoamento, ao invés de usar subterfúgios como o da Xuxa( por que a Xaxa não faz o blog dela em inglês , já que é sua língua oficial?) ou jogar a culpa no PC , chamando nossos erros de erros de digitação.
É isso aí, Zé Flávio. Não sou nenhum purista, estou sempre atento as mudanças e ao consenso sobre as alteraçãoes já incorporadas à lingua. Mas me choca pessos que escrevem o pronome sempre no fim do verbo e comete algumas sandices quando quer falar difícil. Sim, a língua viva mas não qualquer língua. Quanto à Xuxa foi a argumentação mais ridícula, e boçal, para tirar o cu da reta que vi ultimamente.
ResponderExcluirO Maurício escreveu:
ResponderExcluir"Estou atento as mudanças"
Estou aqui pensando se o correto não seria:
"Estou atento às mudanças"
Embora conheçamos "alguma coisa" do nosso idioma, não estamos livres de cometer nossos erros. Principalmente os de digitação, ao escrever a palavra "mais", pode sair "masi" ou coisa parecida. Vez por outra me pego escrevendo coisas abomináveis, que em sã consciência eu não escreveria. E até erros grosseiros.
Mas eu concordo em gênero e grau com o que foi abordado aí pelos dois. Que devemos primar por uma escrita correta, e se erramos, devemos pelo menos, saber errar.
Errar também pode ser uma arte.
A Arte do Erro.
Estamos sempre errando, mas com a intenção de acertar. Não erramos por ignorância, e se o fizermos, que por favor, nos corrijam. Como já disse alguém: "Prefiro os que me corrigem, para que eu possa aprender". Não tenho nenhum problema em que alguém me aponte algum erro que eu cometi, ( sabendo falar com delicadeza ), mas infelizmente, muita gente não sabe aceitar que outros lhes mostrem erros de escrita.
Algumas pessoas só faltam dizer palavrões quando aponto algum erro. O certo é que muita gente não gosta de ser criticado nesse sentido.
Uma boa tática, é revisar todo o texto à procura de erros.
Abraços,
Dihelson Mendonça
Oi, Dihelson
ResponderExcluirVocê tem razão. Comi a crase. Muitas vezes erramos na digitação ou , como você disse, por falta de revisão. Tentar escrever correto, e se possível bem, é um favor que se faz a quem nos lê. "É preciso estar atento e forte".
Abraço.
É. Os erros são inevitáveis. Por mais que a gente tente, até por pressa, e também por algum deslize mesmo, aqui e acolá algum irá escapar. Mas procuremos pelo menos, tentar acertar. Sou a favor dos que procuram escrever corretamente, dos que procuram aprender. E, claro, não somos perfeitos, mas não sejamos cri-cri. Se errarmos, que alguém nos indique o caminho correto, e que possamos sempre ter a humildade para aceitar a correção educada.
ResponderExcluirAbraços a todos,
Dihelson Mendonça
Um pouco abaixo andei resenhando a introdução do linguista Sírio Possenti para um livro de outro linguista. Na verdade era sobre esta mesma questão do erro. O interessante é que outro dia ousei conversa com o próprio Sírio com respeito ao erro na era da internet. Conversação rápida, digitação em alta velocidade, além, é claro dos corretores ortográficos que marcam segundo as regras. Ele contestou dizendo-me que a minha avaliação não considerava que a estrutura do erro antes mesmo da era digital era igual(que também era digital só que em máquinas de escrever). De qualquer modo é por isso mesmo que esta mão dupla dos blogs são importantes. O Maurício aponta um exemplo de arrogância e de baixo nível no exercício público. Já pôs a questão do erro noutro nível. Zé Flávio também põe o dedo num fato decorrente: todo este americanismo, anglicismo e assim por diante não apenas nas palavras mas até na estrutura da oração e do período. O Dihelson trás a questão inclusive para o âmbito da relação entre as pessoas entre corrigir e a reação magoado do corrigido. Por isso é que gosto de ler este blog. De me encontrar na companhia entre tantos do Zé, Maurício e Dihelson.
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