quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Roer

Divirta-se mas não conte com minha alma.
Minha noite sóbria

cabeça de alfinete
brilha debaixo da fluorescente.

Transfigure-se mas não me aprisione sob as sombras.
Minha noite calma
dorme dentro da caixa de sapato.

É sem unhas que vejo meus dedos.
É caolho que sinto os cílios.

Pule do abismo mas não esqueça da cama elástica.
As palmas das minhas mãos
nem sempre salvam as lágrimas suicidas.

5 comentários:

  1. Grande poesia, poeta.

    Estive ausente e precavido, agora volto ainda meio desconfiado das autorias e das desautorizações, eis que me deparo com duas poesias de força, a sua e a de Sávio, esse é um grande estímulo para quem anda de saco cheio com as poses e falta de legitimação, como eu tenho estado.

    no front sempre
    abraços

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  2. Meu camarada e meu irmão,
    mesmo em silêncio (ausente nunca)
    tu estás presente com tua força imaginativa e tua sagacidade.

    Tu sempre foste um divisor de águas na minha própria poesia.

    Um caloroso abraço.

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  3. Poeta de todas as horas,

    Estás a te superar a cada dia. Como é bom ver que algumas pessoas conseguem se aperfeiçoar naquilo que já fazem com amplo domínio.

    Eu elogio, porque eu quero elogiar MESMO, ok?

    Um abração.

    Dihelson Mendonça

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  4. Magnífico! Conciso! Elástico como a própria cama. Conteúdo desdobrável.

    ( Depois de reler mais 2 vezes )

    DM

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  5. Dihelson,
    meu camarada,
    sei que tudo que dizes
    é franco e verdadeiro.
    Um cara que tem os ouvidos
    e a alma poéticos
    ao elogiar-me os versos,
    regozija-me.
    Um forte abraço.

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