Maurício Tavares, nos idos do final dos anos sessenta, na Praça Siqueira Campos, lembro de longas discussões varando as noites ausentes de mulheres, comigo e o José Nilton Teixeira. Um pró Americano e outro pró Soviético. Era a época da corrida espacial, das vitórias na tecnologia de toda natureza. Aqueles jovens até ampliavam o poder de megatons das bombas atômicas de um e outro lado. Como vês bem pior que o Pelourinho sugerido por você nos comentários.
E novamente vamos ao sentido das coisas. O mundo se encontra numa forte recessão, cuja origem se verificou no país de maior economia e devido ao que se convencionou chamar de Neoliberalismo. Em outras palavras, desregulamentação, manobras contábeis, desconsideração de riscos, enfim quase tudo no cerne mesmo da Globalização Financeira. Por isso o arrasto global também. As coisas não estão ocorrendo apenas pela redução das compras do maior consumidor do mundo, mas inclusive pela contaminação financeira dos prejuízos americanos sobre os demais países.
O problema é que se alguém for levantar a violência ampla do século XX, entre guerras, revoluções de libertação do neocolonialismo, lutas imperialistas, regimes criminosos, perseguições e extermínio, não vai encontrar dois lados (o bem e o mal). Vai encontrar a própria natureza da velha, inconsciente e destruidora modernidade que é a representação cultural com o qual o capitalismo destruiu as velhas estruturas arcaicas a Ocidente e Oriente. Até a chamada revolução comunista soviética e chinesa já pode se observar nesta mesma linha. Inda mais agora dada a facilidade com que sua verdadeira face se mostra. Afinal a violência russa nas repúblicas do Cáucaso não é mesmo do velho, corporativo e violento capitalismo?
Maurício e tinha mais naqueles idos. Tão velhos que até já me esquecera. As pessoas confundiam o comunismo ou o socialismo como um mero rapto dos bens individuais. Era como simplificar (no que se pode) a complexidade das sociedades industriais aos tempos feudais de São Francisco. Até hoje ninguém consegue argumentar e até mesmo combater os que pensam na superação daquele estado crônico da fragilidade humana frente ao Mercado a não ser no embornal da ira divina.
E o liberalismo? Isso virou uma confusão tremenda. Mas é bem no Brasil que tal ocorre. Aqui os liberais apenas rezam na cartilha do liberalismo econômico. Não conseguem enxergar o liberalismo na política, no comportamento, na cultura entre outros que se tornaram amplos na Europa e nos EUA. Não é incomum que um liberal brasileiro pense como a velha direita republicana americana. A velha direita que acha que um programa de governo para a saúde pública americana é coisa de comunismo e socialismo.
Sobre o Estado, então a lição dos anos 90 se encontra tão automática como um católico rezando o Pai Nosso. Ninguém se dá conta que este é o Estado capitalista, o Estado Nacional, criado na história com a revolução burguesa e com o estabelecimento da base econômica hegemônica nos últimos séculos. Estatizantes e Privatistas é a falcatrua ideológica da década. Não existem estas duas categorias: ambas são estratégias apenas do velho capitalismo. Agora mesmo o momento é “estatizante”, pois se precisam capitalizar, com a riqueza pública, as instituições financeiras. Aliás, quem leu recentemente o analista Nouriel Roubini, que previu a crise antes de todos, verá o quanto se comprometeu através do Estado do futuro das pessoas para salvar bancos e seguradoras.
O colchão de amortecimento dos capitalistas enfraquecidos gerou enorme déficit público e poderão faltar recursos para incentivar o consumo e a economia. Faltar recursos para novos investimentos e para as políticas públicas necessárias. Não custa nada pensarmos no momento que brilha à nossa frente. Se voltarmos aos idos dos velhos tempos é certo que a farsa nos mantenha para divertir a platéia.
E novamente vamos ao sentido das coisas. O mundo se encontra numa forte recessão, cuja origem se verificou no país de maior economia e devido ao que se convencionou chamar de Neoliberalismo. Em outras palavras, desregulamentação, manobras contábeis, desconsideração de riscos, enfim quase tudo no cerne mesmo da Globalização Financeira. Por isso o arrasto global também. As coisas não estão ocorrendo apenas pela redução das compras do maior consumidor do mundo, mas inclusive pela contaminação financeira dos prejuízos americanos sobre os demais países.
O problema é que se alguém for levantar a violência ampla do século XX, entre guerras, revoluções de libertação do neocolonialismo, lutas imperialistas, regimes criminosos, perseguições e extermínio, não vai encontrar dois lados (o bem e o mal). Vai encontrar a própria natureza da velha, inconsciente e destruidora modernidade que é a representação cultural com o qual o capitalismo destruiu as velhas estruturas arcaicas a Ocidente e Oriente. Até a chamada revolução comunista soviética e chinesa já pode se observar nesta mesma linha. Inda mais agora dada a facilidade com que sua verdadeira face se mostra. Afinal a violência russa nas repúblicas do Cáucaso não é mesmo do velho, corporativo e violento capitalismo?
Maurício e tinha mais naqueles idos. Tão velhos que até já me esquecera. As pessoas confundiam o comunismo ou o socialismo como um mero rapto dos bens individuais. Era como simplificar (no que se pode) a complexidade das sociedades industriais aos tempos feudais de São Francisco. Até hoje ninguém consegue argumentar e até mesmo combater os que pensam na superação daquele estado crônico da fragilidade humana frente ao Mercado a não ser no embornal da ira divina.
E o liberalismo? Isso virou uma confusão tremenda. Mas é bem no Brasil que tal ocorre. Aqui os liberais apenas rezam na cartilha do liberalismo econômico. Não conseguem enxergar o liberalismo na política, no comportamento, na cultura entre outros que se tornaram amplos na Europa e nos EUA. Não é incomum que um liberal brasileiro pense como a velha direita republicana americana. A velha direita que acha que um programa de governo para a saúde pública americana é coisa de comunismo e socialismo.
Sobre o Estado, então a lição dos anos 90 se encontra tão automática como um católico rezando o Pai Nosso. Ninguém se dá conta que este é o Estado capitalista, o Estado Nacional, criado na história com a revolução burguesa e com o estabelecimento da base econômica hegemônica nos últimos séculos. Estatizantes e Privatistas é a falcatrua ideológica da década. Não existem estas duas categorias: ambas são estratégias apenas do velho capitalismo. Agora mesmo o momento é “estatizante”, pois se precisam capitalizar, com a riqueza pública, as instituições financeiras. Aliás, quem leu recentemente o analista Nouriel Roubini, que previu a crise antes de todos, verá o quanto se comprometeu através do Estado do futuro das pessoas para salvar bancos e seguradoras.
O colchão de amortecimento dos capitalistas enfraquecidos gerou enorme déficit público e poderão faltar recursos para incentivar o consumo e a economia. Faltar recursos para novos investimentos e para as políticas públicas necessárias. Não custa nada pensarmos no momento que brilha à nossa frente. Se voltarmos aos idos dos velhos tempos é certo que a farsa nos mantenha para divertir a platéia.
Zé do Vale
ResponderExcluirA disputa estava parecendo muito infantil. Como se os meus mortos valessem mais do que os seus mortos. Os tiranos têm todas as cores do arco-iris (ou do espectro político). O pior é que os cães ladram e a caravana passa incólume por cima dos inocentes.
Quando era criança fica lendo o Almanaque Mundial(?) para me rogojizar quando a União Soviética superava os Estados Unidos em algum índice econômico (produção de algodão, petróleo etc.). Hoje essas disputas me dão tédio e horror.
regojizar
ResponderExcluirTodo dia continuam as pessoas a serem escravizadas nesse Brasil do século XXI. Não é uma disputa. É a realidade.
ResponderExcluirMaurício,
ResponderExcluirNós tivemos nosso dia de sincronicidade.
Também digitei errado o vocábulo, e mais grave ainda: regozijar(sic).
Logo eu que tenho uma regra empírica de obedecer a ordem alfabética da letras.
Primeiro o j. Depois o z.
"das letras"
ResponderExcluirCarlos Rafael
ResponderExcluirEssa sincronicidade acontece muitas vezes. Está no ar.
abraço.