terça-feira, 6 de outubro de 2009

Apraz

Então dobrarei gentilmente a colcha.
O lençol branco posto sobre o travesseiro.
Duas palmadinhas.

Um olhar resignado às paredes.
Nenhum inseto.

As sandálias observadas
se as correias para cima.

Cada qual solícita
no seu canto
debaixo da cama.

Juro que ninguém acordará para lhes enfiar os pés.
Juro que as sandálias do poeta terá enfim descanso.

Então é hora de deitar-se,
abrir bem os olhos

até que o sono profundo
de quem vaga no Purgatório
eternize-se num sopro.

Bolas de sabão
espocadas no braço.

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