Meu coração hoje mais apertado -
muitas nuvens cinzentas tapando-lhe os vasos.
Mas tenho o cotidiano dos cantos domésticos
dilatando os olhos miúdos de Neruda.
Minha Ilha tem um coqueiro mágico
no qual basta encostar-se -
caem versos.
Meu coração hoje mais estreito -
nuvens escuras esbarram meu quase sorriso.
Mas tenho o teto e as paredes -
limpo as teias de aranha.
Se sinto saudades,
agasalho-me nas suas perninhas.
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