BAILE CABAÇAL
Por entre garranchos e carrapichos,
terra seca e mandacarus,
pisa o poeta o chão
abatido,
comprido,
sofrido
Pisa pisada brincante, errante...
Uiva sussurro murmurado
gritado em pífano astuto, matuto
Declama,
clama,
chama a dona da noite pro baile no escuro
Mergulha-se em sonhos
e todos os risos são postos no pé da cancela,
que espera...
Quando a água cair, deslizar,
seduzir,
procurar,
se arriscar...
Brotará, crescerá,
jorrará tudo em dança, suspiros e urros.
Cacá Araújo, em 2000.
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