segunda-feira, 12 de outubro de 2009

dois primos

(para cícero e carlos)

ainda ontem falávamos
daquelas velhas canções
que aprendemos a cantar
quando caía a noite

e então percebemos:
uma palavra nunca se gasta
uma palavra não se acaba

os nossos passos nas ruas
penetravam nas linhas melódicas
os olhos sabiam o segredo
de tornar a cidade um campo de sonhos
por isso aprendemos a cantar

e então percebemos:
uma palavra nunca se gasta
uma palavra não se acaba

éramos meninos entre meninos
guitarra e fúria
o que a memória não deixa para trás
nem mesmo as voltas dos cabelos

e então percebemos:
uma palavra nunca se gasta
uma palavra não se acaba

2 comentários:

  1. Não resisti ao desejo de mudar o título e dedicar o poema ao Cícero a você. Dois primos.

    Abraço!

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