segunda-feira, 26 de outubro de 2009
A feliz cidade diz que guarda
no coração dela lá
a tal da felicidade.
Olha aí pela fresta.
Tem uma borboleta voando em silencio em cima de uma rosa matizada.
Eu não sei e sei desse sorriso.
Eu nem espero, e milito na não espera.
No vai e vem de um olho que teima em não me mostrar o que quero ouvir.
Eu não tenho o que estou dizendo que tenho.
Um tambor que bate dentro do peito em um ritmo só.
Arrisco o primeiro passo. Passo?
Um disse que disse uma vez.
Quatro cobras se engolindo no sonho pesadelo.
Eu quero um mar. Quer me dar um mar?
O sábio disse que não vai dizer nada disso. E se disser não prova.
A novidade deixa de ser na hora em que é dita.
E a montanha se desmancha devagar e sempre. Viu?
Eu vou morar em mim. E deve dar certo.
Vou esperar que o remendo se torne amálgama.
Uma tonelada de frases pensadas em um minuto.
Eu engulo compromissos com água.
O homem que olha a máquina cavando um buraco.
Ele é o buraco. É a máquina. O buraco é dentro dele.
É ele o urubu pousado no copo de vinho turvo.
É ele que acorda e cai no buraco que é ele mesmo.
O triste copo de vinho se esconde nos abismos do isso.
E a noite fria engole o homem.
Cheio de buracos.
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