Em meio a turbulência das mudanças politicas em que o Brasil se comprometia em definitivo, restabecer a tão sonhada Democracia e sepultando assim de uma vez,pelo menos tecnicamente a Ditadura infindável das elites dominantes,e o compromisso de uma nova constituição,a cidade longínquas e provinciana do Vale do Cariri respirava já a bastante tempo uma revolução de ideias e rupturas sociais,bem parecido com a semana de arte moderna de 22.Crato,cratera,ocara,sopé da chapada,território livre e tantas definições para uma cidade que ainda hoje vomita modernidade e rebeldia artística literária,os chamados senhores da marginália,sociedade cultural a margem dos poderes públicos e institucionais. Vivíamos um sonho e intensamente nos realizamos,em meio aos anos Oitenta,vivíamos uma confraria literária, jovens saindo dos movimentos de base religiosa,os chamados Grupos de Jovens da paroquia da Sé,e refazendo os conceitos de ART nos questionamentos de se buscar a sua própria identidade.Rabiscando poemas de amores fraterno e querendo mudar o mundo além do próprio umbigo, bons tempos MUTART, SANGUESSUGA e o compromisso com a liberdade de expressão, jovens se questionando e se gladiando ideologicamente nas ideias de uma literatura instigada pela rebeldia,exposições alternativas,cinema experimental, jornais, fanzines e revoluções de ludismos substanciais do fazer cultura em uma aldeia restrita ao esquecimento, mas nós não, refizemos os caminhos inesperados dos Índios Kariris. Tantos companheiros como Rogério P. Leite,Theo Leite,Paulo Fuiska,Edelson Diniz,Carlos Rafael Feel, Cael, Amadeu de Freitas,Vicente Teixeira,Orleina Moura,Rose Moura, Emanuel, Marilac, Wanda, Fátima Morimitsu,João Neto(Zé Modesto),e bem no inicio lá na Sé catedral já querendo ser Padre e um bom poeta religioso o ainda sonhador Padre Roserlândio,o senhor da Cúria,enfim tantos que ficaram pelos caminhos e outros que seguiram a trilha. O grupo Gia foi formado dentro do MUTART idealizado por Rogério leite e eu,não mais que quatro peças performáticas, o chamado teatro de rua,embasado na técnica do teatro do oprimido de Augusto Boal,revolucionamos o fazer teatro no Cariri,performances no parque na conhecida amostra do salão de Outubro,Festival de teatro em Feira de Santana,depois seguir para Recife ,Santa Isabel o teatro dos sonhos,enfim Crato ,santos sem cabeça,túnicas,andores,rebeldia literoteatralpoetico,nos fazendo assim senhores incontestáveis disseminadores dos bons costumes.Quem sabe algum dia destes possamos nos reunir e revivermos toda aquela fervura de sonhos e nos confraternizamos,como encontro de estradas desfeitas e continuas.
Rodoviária de Feira de Santana
Palco do Teatro de Feira...Sucesso!
João Neto,ainda mímico e ator premiado em Feira de Santana,depois Zé Modesto.
Cena no palco do Col.Diocesano,estou no primeiro plano enfrente ao refletor.
Cena aberta:Marilac,orleina,Fátima e Edelson...
Wanda Maquiando o camaleão de FAZES Carlos Rafael Dias(Feel).
Em Cena:A peça falava sobre a loucura interior...Carlos R.Dias e Wilson Bernardo.
Rodoviária de F.de Santana,pela ordem.No alto Wilson Bernardo e Rogério Proença,primeira fila de cima para baixo,Orleina,Emanuel,Rose,João Neto,Carlos Rafael de mascara,Edelson com a língua de fora,Paulo Fuisca escondido e Rose.Terceira fila Wanda,de camiseta azul Amadeu de Freitas e Fátima Morimitsu...Saudades eternas e plenas.
Wilson Bernardo(Texto)
Theo Leite(Fotografia)
Obs: tenho outras historias do grupo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário