domingo, 4 de outubro de 2009

Pérola Transparente

Tentaste tirar-me
até a Poesia -

o bem valioso
mais que o Vazio.

Falhaste por julgar meu mestre morto.

Precisou apenas inquietude minha
para que a ponte refeita
a margem cuidada
e o rio retornasse
ao seu curso natural.

A maçã é minha,
mordo-a como desejo -
prazerosamente,
dentadas barulhentas.

Não me digas que é pecado
saborear a carne da primavera
deixando rastros com os dentes.

Conquisto as benditas flores da planície
quando pisco no máximo três vezes -

as hastes curvam-se,
as pétalas voam.

3 comentários:

  1. Grade poema domingo, sobretudo pela plástica, pelo visual que remete.

    ResponderExcluir
  2. REALMENTE UM TEXTO QUE REMETE AO ABSURDO DA EXISTÊNCIA NOS SEUS ENIGMAS TRADUZIDOS.... PARABÉNS APRECIO A MANEIRA PECULIAR DO POETA
    REVELAR-SE DE MANEIRA TÃO SUTIL...VALEU!! DOMINGOS.

    ResponderExcluir
  3. Meu irmão Deoclécio Tadeu
    abraço-te a alma...

    ResponderExcluir