domingo, 8 de novembro de 2009

Efeito do Ócio

A loucura abriu a porta
em noite quente de lua
(não olhei pra cima)
talvez ainda cheia
ou bem fininha.

A loucura veste-se
com pele de embuá colorida.

Ai do poeta
que não olhou pra cima
não sabe se a lua engordou
ou faz regime.

Minha barba rala.
Meus dedos barulhentos.
Meus olhos que vivem caindo
sobre as sandálias japonesas.

Digam adeus poeta
que já me encheste o saco

e eu digo:
castrem-me.

2 comentários:

  1. Eis o poeta assassino
    temido serial killer
    andando entre as sombras dos becos
    em noite de lua cheia

    Ele é implacável, frio, calculista
    com seu lápis em forma de punhal
    acerta com a precisão de um relógio suíço
    os elegantes tédios com seus impecáveis smookings

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  2. Ainda bem
    que tenho como parceiro
    um irmão e um camarada
    que ouve blues e canta rock
    e batuca jazz no improviso.

    Um forte abraço,
    poeta.

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