A face perolada das uvas
O orvalho na tez destes pêssegos
A rutilante gordura dos faisões
Tudo serve para celebrar
E denunciar o estágio faminto
Que arqueja nossa moral
Neste teatro de personagens burlescos.
Uma ode aos pântanos
E as câmaras abissais dos espíritos
Que varam os anos atravessando os séculos
Renascendo eternamente
Na sobrevivência moto-contínua
Dos uivos nas madrugadas dos próprios instintos.
As faces paroladas das uvas secam,
E os figos apodrecem na cal dos dias
Só a idéia pura e cristalina,
A bondade, o perdão permanece
Como edifícios imortais e indiferentes
Cegos para as futilidades
Mudos e surdos para o diálogo com os dias.
Muito oportuna a mensagem desta poesia de Antonio Sávio. A gente fica sobrepondo coisas em cima do que é a essência e acaba por reduzí-la a fragmentos, e perdendo o todo do que ela quer significar.
ResponderExcluirObrigado, poeta !
Zé Nilton
Obrigado pelos comentários. Um feliz 2010 para todos.
ResponderExcluir