quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Lapisiano

A maioria daqueles que conheço prefere usar caneta. Ainda não tenho uma opinião formada a esse respeito, mas já formulei algumas teorias afim de que uma me explique, um dia, essa preferência:

Um. Como o que é feito na vida, aquilo escrito de caneta não tem volta. Por mais que tenham inventado o corretivo, todos sabem que não ficará perfeita aquela trajetória após um erro;

Dois. A tinta da caneta tem várias aparências. Cada faceta poderia caracterizar um estado emocional ou uma fase inerente da idade do portador do objeto que risca. Para ficar mais clara a idéia, alguns exemplos: tinta preta para um texto mais sério ou para um autor mais sombrio; tinta vermelha para fazer correções ou para destacar; tinta rósea para a garota apaixonada escrever uma carta de amor;

Três. A variedade de tons, tamanhos, formatos e materiais que compoem uma caneta é muito maior. Portar uma caneta respeitável faz alguns acharem que ficam com um ar mais poderoso perante os pobres mortais.

Talvez um dia eu entenda porque as canetas são mais queridas. O que sei com certeza é o porquê do meu amor pelo simples lápis e pela irmã mais nova dele, a lapiseira.

Ter a oportunidade de em pelo menos um quesito poder voltar atrás, poder fazer como realmente quis, sem medo de errar, sem receio de estragar tudo, é algo incrível. A simplicidade imposta por um lápis, prático e tradicional e, mesmo falando da lapiseira, dá a ele um espírito mais decidido, de quem não precisa se fantasiar para conquistar alguém.

Por esses e outros motivos sigo com meu lápis, embora não possa negar a modernidade.



Thiago Assis F. Santiago
www.euthiagoassis.blogspot.com

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