domingo, 6 de dezembro de 2009

Leila Lopes e os poucos astros pornô que se suicidaram


André Forastieri

As primeiras informações sugerem que Leila Lopes se matou. Se foi mesmo isso, demorou. Demorou porque astros pornô normalmente se matam mais jovens.

Leila estava no pornô fazia pouco tempo, mas já tinha cinquenta anos. Idade dura para viver de transar com estranhos por dinheiro. Ainda mais na frente de uma câmera.

Jon Dough se enforcou aos 43. Era um dos astros pornô mais conhecidos da minha geração. Comeu todas as estrelas. Dirigiu outras tantas.

Estrelou um filme chamado O Homem mais Sortudo do Mundo, em que transava com 101 mulheres diferentes.

Alex Jordan também se enforcou, aos 28. Shauna Grant estourou os miolos com um rifle 22, aos vinte anos.

A francesa Karen Lancaume, de Baise-Moi, provocou uma overdose aos 32.

Mary Millington, lenda do pornô inglês dos anos 70, também foi de overdose, de paracetamol. Você pode vê-la em The Great Rock’n'Roll Swindle, o filme picareta dos Sex Pistols. Tinha 33 anos.

Johnny Rahm, astro de filmes gay do diretor drag ChiChi LaRue, se enforcou com arame aos 39 anos. Tinha HIV e hepatite.

A mais famosa estrela suicida do mundo pornô foi Savannah. Não era lá muito energética, mas tinha boa estampa, e frequentava a cena rock’n'roll de Los Angeles.

Namorava gente como o ator Pauly Shore e o guitarrista / tecladista Gregg Almann. Explodiu a cabeça com uma nove milímetros.

E, que eu tenha descoberto, é só.

De milhares e milhares de pessoas que trabalham com pornô, só soube destas que se mataram.

É pouquíssimo, se você considerar que é supostamente uma profissão muito estressante, em que você convive com gente perigosa etc.

A profissão que mais comete suicídio é… médico. Pelo menos nos Estados Unidos. Aqui, não descobri dados.

Sabe quantas pessoas tentam se matar todos os dias? 60 mil. Sabe quantas conseguem? Três mil. Dados da Organização Mundial de Saúde.

Destas, tem um grupo que realmente é a fim de se matar. São os jovens. Suicídio é a terceira causa de morte mais comum entre jovens (15-35 anos) no mundo.

O número de casos cresceu 60% nos últimos 45 anos. Nos próximos dias, muita gente vai ligar a morte de Leila Lopes com sua opção pelo pornô.

É moralismo. Não caia nessa.

Fonte: blogs.r7.com/andre-forastieri

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