terça-feira, 26 de janeiro de 2010

seis horas

É agora
que desabo:

os ossos contra o teto
a carne na bandeja de prata.

Os sinos são todos
irmãos mais velhos
torturando o caçula.

Já não basta o longo corredor escuro?

Seis horas é um breve arrastar de chinelos
em que se deve ter muito cuidado.

Não envergar demais as asas.
Não acolher tantas lembranças.

Ninguém está a salvo
de uma artéria fraca.

As lágrimas damos um jeito.
Mas se o coração pifa é morte na certa.

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