terça-feira, 30 de março de 2010

Caro Baudelaire,

Muitos anos de minha vida
me embriaguei,
de loucura, de poesia,
de sexo, drogas e algum
rockenroll...
Mas o mundo seguiu seu curso...
o Tempo seguiu seu curso...

Vi que meu discurso não mudava o mundo...
e que se eu furasse meus olhos,
mudaria o mundo...

mas não furei
preferi mudar o foco
trocar a lente de minha kodak
cultivar o silêncio
e colecionar nuvens...

talvez o mundo não tenha mudado
(mas o que é o mundo se não o que
vejo e penso que seja o mundo?)

eu mudei,
e sigo mudando...
só a mudança é imutável

é mais fácil mudar...
parar, cansa...

(tudo se move num
moto contínuo
ad infinitun)

Virtude não embriaga,
nos faz transcender a condição humana

Poesia não embriaga,
nos faz co-autores da criação,

O Mundo é o que pensamos...
O Mundo não é o que pensamos...


(para Lupeu e Leonel)

5 comentários:

  1. Parabéns, Nicodemos,

    Não costumo ficar aplaudindo esse ou aquele poema, apenas os que realmente me são caros. Achei formidável sua carta a Baudelaire.

    Embriaguem-nos de Arte, de maneira geral. Essa á a única embriaguez e desordem que me permito, e a maior de todas elas.

    Feliz Aniversário,

    Dihelson Mendonça

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  2. É uma carta para todos nós. Um grande abraço, rapaz.

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  3. Nicodemos,
    abraço-te entusiasmado
    com esse belíssimo poema...

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  4. Caro Dihelson,
    aqui é o Nicodemos, logado no pc de Socorro.
    Grato por seus comentários...
    pelos parabéns tambéns

    o poeta não fala sozinho...
    escreve para os poetas...

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  5. Valeu, Nicodemos,

    grande carta, meu caro, uma cartada maior ainda.

    abraços

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