Se estivesse vivo, Renato Russo, líder do extinto grupo Legião Urbana, completaria 50 anos neste sábado (27).
O aniversário será comemorado com novidades, entre eles um CD, um livro e uma produção para o cinema.
Da Globo.com
Nas livrarias, Renato é relembrado na obra “Como se não houvesse amanhã”. Organizado pelo escritor Henrique Rodrigues, o livro traz 20 histórias inspiradas em músicas da Legião Urbana, como "Tempo perdido" e "Eduardo e Mônica", cada uma escrita por um autor diferente.
O início da trajetória do ídolo morto em outubro de 1996 também será o tema do filme "Somos tão jovens", de Antônio Carlos Fontoura, que começa a ser rodado em Brasília, no segundo semestre.
Além disso, especiais de TV estão programados para este sábado. A MTV reprisa o "Acústico MTV Legião Urbana" e a entrevista feita por Zeca Camargo com Renato Russo, em 1993. Na TV Globo, o programa "Altas Horas", apresentado por Serginho Groisman, receberá Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ex-companheiros de Renato na Legião, para falar sobre o grupo e tocar sucessos. Junto com Dado e Marcelo participarão os músicos Rogerio Flausino, Dinho Ouro-Preto, André Gonzáles, Fernando Catatau e Toni Platão.
"Duetos"
Na próxima semana, chega às lojas o álbum “Duetos” (EMI) que, entre registros já conhecidos e outros inéditos, traz Russo em 15 encontros em que divide os vocais com artistas como Dorival Caymmi, Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Marisa Monte e Cássia Eller.
O início da trajetória do ídolo morto em outubro de 1996 também será o tema do filme "Somos tão jovens", de Antônio Carlos Fontoura, que começa a ser rodado em Brasília, no segundo semestre.
Além disso, especiais de TV estão programados para este sábado. A MTV reprisa o "Acústico MTV Legião Urbana" e a entrevista feita por Zeca Camargo com Renato Russo, em 1993. Na TV Globo, o programa "Altas Horas", apresentado por Serginho Groisman, receberá Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ex-companheiros de Renato na Legião, para falar sobre o grupo e tocar sucessos. Junto com Dado e Marcelo participarão os músicos Rogerio Flausino, Dinho Ouro-Preto, André Gonzáles, Fernando Catatau e Toni Platão.
"Duetos"
Na próxima semana, chega às lojas o álbum “Duetos” (EMI) que, entre registros já conhecidos e outros inéditos, traz Russo em 15 encontros em que divide os vocais com artistas como Dorival Caymmi, Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Marisa Monte e Cássia Eller.
O cantor Renato Russo (Foto: Marcelo Fróes/Arquivo pessoal)
Idealizador e produtor executivo do projeto, Marcelo Fróes conta como surgiu a ideia de compilar gravações antigas com novas montagens realizadas a partir de arquivos pessoais do cantor.
“Já existia a vontade de fazer algo assim há bastante tempo. Sempre soube que havia material em quantidade para se montar um álbum. Utilizei 25 fitas, todas muito bem guardadas, que digitalizei e ouvi em um estúdio. Passei alguns dias ouvindo tudo. Selecionei os takes de voz, escolhi as músicas e os artistas que seriam convidados. Tudo com a aprovação da família de Renato”, disse Fróes.
Fita avariada
Mas alguns dos duetos não foram tão simples de resgatar. “Celeste”, demo que Marisa Monte e o cantor gravaram juntos em dezembro de 1993. Na época, Marisa fazia a pré-produção de seu CD “Verde anil amarelo core de rosa e carvão”.
“Foi difícil nem tanto pela qualidade da gravação, mas sim pelo do estado de conservação físico da fita DAT, que é uma mídia bem frágil. A própria Marisa a localizou, e estava amassada. Tive que levar para um estúdio em São Paulo e recuperá-la. Ficamos todos com o coração na mão, sem saber se ia dar certo.
Mas deu. Em cima dessa demo, Marisa e o produtor Carlos Trilha trabalharam o arranjo e inseriram novos instrumentos. Mais tarde, essa canção se transformaria em “Soul parsifal”, lançada pela Legião no álbum ‘A tempestade’, em 1996”, explicou Fróes.
"Uma gata"
A faixa de abertura do CD, “Like a lover” (“O cantador”) permaneceu inédita por 15 anos. De autoria de Dori Caymmi e Nelson Motta — que ganhou uma versão em inglês nos anos 60 — foi finalizada com a voz de Fernanda Takai, da banda mineira Pato Fu.
“Esta é sobra do disco ‘Equilíbrio distante’, de 1995. Já havia sido gravada por Elis Regina na era dos festivais. Renato conhecia a versão em inglês, com o Sergio Mendes & Brasil 66, de um disco que ouvia quando criança. O take que utilizamos para compor este dueto tinha o Renato cantando alguns trechos e cantarolando outros. Então percebi que a voz dela poderia entrar justamente nestes momentos”, disse Fróes, explicando a participação da vocalista do Pato Fu no disco.
“Ele gostava muito do grupo e adorava a Fernanda. Era fã mesmo. Dizia que ela era uma gata, mas de uma forma divertida”, relembrou.
“Já existia a vontade de fazer algo assim há bastante tempo. Sempre soube que havia material em quantidade para se montar um álbum. Utilizei 25 fitas, todas muito bem guardadas, que digitalizei e ouvi em um estúdio. Passei alguns dias ouvindo tudo. Selecionei os takes de voz, escolhi as músicas e os artistas que seriam convidados. Tudo com a aprovação da família de Renato”, disse Fróes.
Fita avariada
Mas alguns dos duetos não foram tão simples de resgatar. “Celeste”, demo que Marisa Monte e o cantor gravaram juntos em dezembro de 1993. Na época, Marisa fazia a pré-produção de seu CD “Verde anil amarelo core de rosa e carvão”.
“Foi difícil nem tanto pela qualidade da gravação, mas sim pelo do estado de conservação físico da fita DAT, que é uma mídia bem frágil. A própria Marisa a localizou, e estava amassada. Tive que levar para um estúdio em São Paulo e recuperá-la. Ficamos todos com o coração na mão, sem saber se ia dar certo.
Mas deu. Em cima dessa demo, Marisa e o produtor Carlos Trilha trabalharam o arranjo e inseriram novos instrumentos. Mais tarde, essa canção se transformaria em “Soul parsifal”, lançada pela Legião no álbum ‘A tempestade’, em 1996”, explicou Fróes.
"Uma gata"
A faixa de abertura do CD, “Like a lover” (“O cantador”) permaneceu inédita por 15 anos. De autoria de Dori Caymmi e Nelson Motta — que ganhou uma versão em inglês nos anos 60 — foi finalizada com a voz de Fernanda Takai, da banda mineira Pato Fu.
“Esta é sobra do disco ‘Equilíbrio distante’, de 1995. Já havia sido gravada por Elis Regina na era dos festivais. Renato conhecia a versão em inglês, com o Sergio Mendes & Brasil 66, de um disco que ouvia quando criança. O take que utilizamos para compor este dueto tinha o Renato cantando alguns trechos e cantarolando outros. Então percebi que a voz dela poderia entrar justamente nestes momentos”, disse Fróes, explicando a participação da vocalista do Pato Fu no disco.
“Ele gostava muito do grupo e adorava a Fernanda. Era fã mesmo. Dizia que ela era uma gata, mas de uma forma divertida”, relembrou.
Foto: Marcelo Fróes/Arquivo Pessoal Caetano Veloso durante gravação da faixa "Change partners" (Foto: Marcelo Fróes/Arquivo Pessoal)
Ainda entre os duetos “virtuais”, em que convidados adicionaram voz posteriormente, a partir de gravações já existentes de Renato Russo, Fróes destaca a participação de Caetano Veloso em “Change partners”. A canção foi gravada por Tom Jobim e Frank Sinatra no álbum clássico lançado pelos dois em 1967.
“Caetano é a única voz masculina entre os duetos póstumos, produzidos por Clemente Magalhães. Em todos os outros tivemos cantoras”, destaca Fróes, listando Leila Pinheiro (“La solitudene”), a italiana Laura Pausini (“Strani amore”), Célia Porto (“Come fa un’onda”), além da supracitada Fernanda Takai.
O repertório de “Duetos” se completa com participações do vocalista da Legião Urbana em discos de outros artistas, como 14 Bis (“Mais uma vez”), Erasmo Carlos (“A carta”), Paulo Ricardo (“A cruz e a espada”), entre outros, além de gravações retiradas de especiais para a TV, caso dos encontros com Herbert Vianna durante “Paralamas & Legião”, produzido pela TV Globo, em 1988; e com a cantora Adriana Calcanhotto no programa “Por acaso”, apresentado por José Maurício Machline.
A parte burocrática do projeto, que envolve licenciamentos e autorizações e poderia atrapalhar na liberação de fonogramas e nas participações de outros cantores, foi bem menos complexa e traumática do que se poderia imaginar. A avaliação é do próprio produtor.
“Dá trabalho, mas a coisa melhorou muito de um tempo pra cá. Antes tudo era ‘não’, até segunda ordem. Porque qualquer coisa envolvia milhões em dinheiro. Hoje as pessoas estão tendo que se unir, porque o mercado acabou. Está enganado quem pensa que este projeto vai render muito dinheiro. Não existe mais isso. Infelizmente já não se vende mais o tanto que vendia antigamente”, lamenta.
"Hipocrisia"
Fróes também se adianta em responder aos críticos, que costumam rotular projetos como este de “caça-níqueis” e “oportunistas”.
Foto: Marcelo Fróes/Arquivo pessoal Carmem Manfredini, irmã de Renato Russo, visita o produtor Clemente Magalhães (à esq.) e Marcelo Fróes no estúdio (Foto: Marcelo Fróes/Arquivo pessoal)
“Caetano é a única voz masculina entre os duetos póstumos, produzidos por Clemente Magalhães. Em todos os outros tivemos cantoras”, destaca Fróes, listando Leila Pinheiro (“La solitudene”), a italiana Laura Pausini (“Strani amore”), Célia Porto (“Come fa un’onda”), além da supracitada Fernanda Takai.
O repertório de “Duetos” se completa com participações do vocalista da Legião Urbana em discos de outros artistas, como 14 Bis (“Mais uma vez”), Erasmo Carlos (“A carta”), Paulo Ricardo (“A cruz e a espada”), entre outros, além de gravações retiradas de especiais para a TV, caso dos encontros com Herbert Vianna durante “Paralamas & Legião”, produzido pela TV Globo, em 1988; e com a cantora Adriana Calcanhotto no programa “Por acaso”, apresentado por José Maurício Machline.
A parte burocrática do projeto, que envolve licenciamentos e autorizações e poderia atrapalhar na liberação de fonogramas e nas participações de outros cantores, foi bem menos complexa e traumática do que se poderia imaginar. A avaliação é do próprio produtor.
“Dá trabalho, mas a coisa melhorou muito de um tempo pra cá. Antes tudo era ‘não’, até segunda ordem. Porque qualquer coisa envolvia milhões em dinheiro. Hoje as pessoas estão tendo que se unir, porque o mercado acabou. Está enganado quem pensa que este projeto vai render muito dinheiro. Não existe mais isso. Infelizmente já não se vende mais o tanto que vendia antigamente”, lamenta.
"Hipocrisia"
Fróes também se adianta em responder aos críticos, que costumam rotular projetos como este de “caça-níqueis” e “oportunistas”.
Foto: Marcelo Fróes/Arquivo pessoal Carmem Manfredini, irmã de Renato Russo, visita o produtor Clemente Magalhães (à esq.) e Marcelo Fróes no estúdio (Foto: Marcelo Fróes/Arquivo pessoal)
“Levo essas porradas porque Renato Russo vende. Isso é uma hipocrisia. Aliás, considero uma grande sacanagem com ele. ‘Duetos’ não foi feito porque vende, e sim porque a família dele me conhece, porque existem fãs interessados em sua obra. E faço porque gosto dele”, desabafa Marcelo, comparando o resgate do espólio do cantor com outros trabalhos.
“Já fiz alguns projetos sobre Jackson do Pandeiro e ninguém nunca falou isso. E Jackson do Pandeiro vende. Aliás, vende muito. Mas nunca se preocuparam em falar mal. Mas é porque não sabem que vende muito ou porque não é famoso no Baixo Gávea”, pontua.
Para a alegria dos fãs, ele adianta que mais material referente ao vocalista da Legião Urbana deve ser editado ainda em 2010.
“Teremos mais coisas sim: sobras, curiosidades... Esse é o ano do Renato, né? Mas as últimas coisas inéditas, que são “Like a lover” e “Celeste”, soltamos no ‘Duetos’. Aguardem”.
Veja o repertório completo de "Duetos":
1 - "Like a lover", com Fernanda Takai
2 - "Celeste", com Marisa Monte
3 - "Vento no litoral", com Cássia Eller
4 - "Mais uma vez", com 14 Bis
5 - "A carta", com Erasmo Carlos"
6 - "A cruz e a espada", com Paulo Ricardo
7 - "Cathedral song/Catedral", com Zélia Duncan
8 - "Change partners", com Caetano Veloso
9 - "Strani amori", com Laura Pausini
10 - "La solitudine", com Leila Pinheiro
11 - "Come fa un'onda", com Célia Porto
12 - "Só louco", com Dorival Caymmi
13 - "Esquadros", com Adriana Calcanhotto
14 - "Nada por mim", com Herbert Vianna
15 - "Summertime", com Cida Moreira
“Já fiz alguns projetos sobre Jackson do Pandeiro e ninguém nunca falou isso. E Jackson do Pandeiro vende. Aliás, vende muito. Mas nunca se preocuparam em falar mal. Mas é porque não sabem que vende muito ou porque não é famoso no Baixo Gávea”, pontua.
Para a alegria dos fãs, ele adianta que mais material referente ao vocalista da Legião Urbana deve ser editado ainda em 2010.
“Teremos mais coisas sim: sobras, curiosidades... Esse é o ano do Renato, né? Mas as últimas coisas inéditas, que são “Like a lover” e “Celeste”, soltamos no ‘Duetos’. Aguardem”.
Veja o repertório completo de "Duetos":
1 - "Like a lover", com Fernanda Takai
2 - "Celeste", com Marisa Monte
3 - "Vento no litoral", com Cássia Eller
4 - "Mais uma vez", com 14 Bis
5 - "A carta", com Erasmo Carlos"
6 - "A cruz e a espada", com Paulo Ricardo
7 - "Cathedral song/Catedral", com Zélia Duncan
8 - "Change partners", com Caetano Veloso
9 - "Strani amori", com Laura Pausini
10 - "La solitudine", com Leila Pinheiro
11 - "Come fa un'onda", com Célia Porto
12 - "Só louco", com Dorival Caymmi
13 - "Esquadros", com Adriana Calcanhotto
14 - "Nada por mim", com Herbert Vianna
15 - "Summertime", com Cida Moreira
Grande Renato Russo, ele faz muita falta na música brasileira.
ResponderExcluirBeijos