quarta-feira, 21 de abril de 2010

ligado

Mesmo morto
puxarei teu calcanhar
beliscarei teu braço

à força te acordarei
e te levarei à escrivaninha.

Lançarei (de um sopro)
papéis aos teus olhos.

Ditarei aos teus ouvidos
os versos do além.

Não haverá morte.

Mesmo dormindo
entrarei por tua alma
beberei do teu sangue

e te enviarei anjos
(laboriosos)

com tinta
e febre de poesia.

Não fujas do teu destino,
sombra minha

mesmo encantado
também estarás vivo

e seremos dois
a morder a língua
a ranger os dentes

afugentar o sono
dos últimos fantasmas.

2 comentários:

  1. isso me pareceu muito com esses contos de vampiros ^^

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  2. É verdade... (eu sou um vampiro, menina...)

    Carinhoso abraço.

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