Quanta loucura trazia no bolso.
Surpreendo-me agora
com a luz que escapa
do meu jeans surrado.
Sem chiabas
sem saquinhos plásticos
sem números de telefone.
Revela-se no meu jeans surrado
a minha alma atenta
que ouve música fm
com foninhos de ouvido.
Não há como meus inimigos
entrarem no meu coração.
O corredor longo
iluminado
assusta-os
queima-lhes as retinas.
Estamos sob uma frondosa sombra
eu e São Jorge,
seu cavalo (agora vejo) é um pégaso
pasta no meio-fio comendo aquela graminha.
São Jorge gargalha,
mostra seus dentes amarelos
iguais aos meus
e eu retribuo com um riso
de canto esquerdo de lábio.
São Jorge me diz
que é preciso a trégua
para que os inimigos entendam
que essa peleja é um jogo
não se deve sempre
pensar em ruínas
ou em vitórias.
Viver, digo eu,
é maravilhoso
quando no bolso
do velho jeans
só caem moedinhas
de dez centavos.
Viver, realmente, é maravilhoso, quando se tem umas moedinhas no bolso e um poço de desejo à frente.
ResponderExcluirValeu, Poeta!
É isto mesmo,
ResponderExcluirmeu camarada:
sonhos e coragem.
Um forte abraço.