sexta-feira, 2 de abril de 2010

meu crepúsculo de cada dia

Mais uma lua sozinho.
Meu cupido é caolho.

Sua flecha nunca acerta
o coração da amada no alvo.

Sempre lhe arranha o ombro,
corta-lhe a orelha,
arranca-lhe o brinco.

A amada nem sente
já passou o transe.

Mais uma noite aprisionado
às paredes e ao teto.

O coração apenas um detalhe
diante da graça do silêncio.

Na próxima aventura,
roubo a flecha do cupido

aprumo o olho na haste
em linha reta.

Atiro sem piedade.

Verei sangue,
muito sangue,
do coração da mulher.

Quero todo o sangue do mês.
Todo o sangue da eternidade.

Dançaremos enlouquecidos,
abençoados

eu, a musa (terrena)
até o cupido (pelo que vejo)
caolho também manco.

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