domingo, 11 de abril de 2010

Respiração

No canto dos versos
trazidos pelo vento

tem uma haste
tem um inseto

objetos da memória
também do invisível.

O encanto não passa
arrebatado pela poesia

faz-se eterno
(e flui bem lento)

é uma pele de maçã
gelada

ou imagino
aquela nódoa branquinha

na unha do dedo
de uma criança.

As guerras cotidianas
os embustes e rancores
do dia e da noite

tornam-se tão simplórios
quando observo

em torno da mente
(mas não é corpo)

dentro da alma
(mas não é outra vida)

algo tangível
embora não se toque

talvez o princípio
do soluço
o fim do suspiro

ou algo assim
delicado

que traz à tona
além de peixes
um olhar distraído.

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