A polêmica ainda quente da postagem do Zé Flávio opinada pelo editor do Blog do Crato como de propaganda eleitoral tem mostrado cada vez mais não ser bem isso. Provavelmente o que ocorreu não tem nada a ver com política, mas, tão somente, o que Dihelson Mendonça diz: um clima de pugilismo no blog em que o bom senso se evaporou.
O conteúdo da postagem era o elogio a política externa do presidente Lula, feito pelo Jornal Le Monde e que Zé Flávio em boa ocasião postou para lembrar aquela outra feita por colaborador do blog, de um colunista da revista Veja, que criticava a política externa brasileira. Na ocasião do acordo com Irã e Turquia. Fora do Brasil a única imprensa que se manifestou contrariada ao acordo foram dois jornais americanos, isso através de editoriais, pois na sessão de cartas dos leitores a avalanche de comentários favoráveis ao papel do Brasil foi quase unânime.
No Brasil o inventário de diatribes feito pelos grandes jornais, televisão, blogueiros amigos e todo tipo de manifestação pública, inclusive dos políticos, realçando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi de politizar o tema nestas eleições. Para eles há uma radicalização esquerdista da política externa. Como verdadeiros capitães da indústria de classificação o resumo da visão deste pessoal é que a política externa de Lula seja: irresponsável, inconseqüente e atrapalhada.
A maior revelação da visão que este pessoal tem é que o Itamaraty e o Governo Lula não tenham verdadeira compreensão do que seja o papel do Brasil no mundo. Mas aí reside um grande problema de extemporaneidade: o papel do Brasil, para esta turma, seria meramente subalterno, aquele que suspende o manto do império em seus desfiles triunfais.
Mas aí tem algo pior: um medo atávico que os parvos possuem inclusive do próprio gigantismo. Convenhamos, sabemos isso desde os anos 30, o Brasil é um continente, tem clima, terras e riquezas materiais superlativas, um povo fabuloso e uma cultura que influencia todo mundo. Talvez ninguém tenha um ícone pessoal tão conhecido até no mais remoto que seja como Pelé.
Voltemos ao passado da política externa brasileira: analisemos o papel de Rio Branco, até o pêndulo diplomático de Getúlio na Segunda Guerra ou o desenvolvimentismo de JK. Analisemos o quanto foram favoráveis ao projeto de nação e como nos deram visão de mundo e do mundo nos querer como protagonistas.
A pior visão que se pode ter de um pais como este é de que não tem pernas, não tem gente e nem liderança para enfrentar a complexidade da vida extra-territorial. Agora fico por aqui pois o interessante é ver a oposição colocando o tema no debate eleitoral deste ano. Nisso a oposição só mostra o quando se perde num certo primarismo apenas explicável pelo vício da repetição e de ter ela mesma, um déficit de compreensão do que ocorre ao lado.
O que aquela postagem do Zé Flávio demonstrava, demonstra e ainda demonstrará é o acerto da política externa brasileira. Que o tema da política externa será favorável para a candidatura de Dilma Roussef, pois as pesquisas qualitativas estão a mostrar que o brasileiro se sente orgulhoso do crescente reconhecimento internacional do Brasil, seu governo e sua economia. A visão é que Lula como presidente consegue acordos internacionais favoráveis ao país.
Aí vem a pergunta óbvia: por que cargas de água o PSDB, tão experiente, que já foi governo e viu o PT perder força com a crítica ao Plano Cruzado, não se dar conta da realidade da política externa. Fica o candidato Serra abrindo polêmicas desnecessárias com o Mercosul, acusando o Presidente da Bolívia de ser traficante de drogas. Será que afinal este discurso não termina caindo apenas no gosto exatamente da falta de bom senso tão falada no início desta postagem?
Uma frase do filósofo Ístván Mészáros, aluno do grande Lukács:
ResponderExcluir"Pois nenhum resultado duradouro pode ser construído sobre a capitulação. Como os anais da história social, política e militar provam abundantemente, a capitulação jamais pode ser a base do desenvolvimento histórico sustentável."
É isso aí!
Ainda carregamos conosco aquele compelxo de cão sardento de que falava Nélson Rodrigues. a regra é dizer apenas : "inhô, inhô, inhô" Como se aidna continuássemos colônia. Esse discurso se ajunta a outros tantos que pululam na elite brasileira, comentados nas praças de alimentação dos shoppigs : " Com essa violência, tem que ter pena de morte!"; "Menino tem que responder pelos crimes como adulto, pois não é mais nenhuma criancinha"( Quem roubou a infância do menino?); "Só resoilve essa violência com a polícia na rua!" e por aí vai...
ResponderExcluirZé do Vale,
ResponderExcluirVi a entrevista com o Bruno Pedrosa no Cariricaturas. Por que não no Cariricult?
Um grande abraço,
Salatiel
Pronto Patrão já tô indo cumprir o mandato.
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