Precisamente três dias
a mesma cueca.
Não por falta.
Tenho no guarda-roupa
todas as nuvens de algodão
do firmamento.
Digamos que me sinto místico
usando a preta.
Oh, cueca preta
que frêmito fervor.
Três dias.
E uma lua.
O perfume adocicado
pela virilha.
Uma espécie de maçã
com sabor de pera.
Três dias a mesma cueca preta.
Digamos que me sinto
supersticioso galã de cinema.
Por onde passo deixo um rastro
de beatitude e volúpia.
Pressinto pelos olhares melosos
das colegas de trabalho
e das anciãs na calçada.
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