quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ecos da Crise do Capitalismo - por José do Vale Pinheiro Feitosa

A PRIMEIRA VÍTIMA DAS CRISES DO CAPITALISMO É SEMPRE A CULTURA

A primeira vítima sempre é a cultura. Por ser supérflua?

Engano total.

Exatamente por ser essencial. A cultura é quem faz funcionar o cotidiano das pessoas. É quem revela o tipo de mundo que desejam e quem expõe os elementos que dão sentido à complexidade da vida nos centros urbanos e à rede de cidades que se entendem. A cultura é o frontispício do arcabouço social, onde estão seus acordos econômicos e políticos.

Quando Decretos Presidenciais, alegando contenção de gastos com a crise econômica, reduzem os gastos da cultura, apenas começa a meter a faca profundamente nas entre costelas do povo. Agora virá o desemprego, o corte de direitos, o desespero e a miséria.

Silvio Berlusconi, da Itália, assinou decreto reduzindo, drasticamente, o orçamento dos entes líricos do país. O Le Scalla irá reduzir pessoal e os que ficarem terão perda de 20% nos ganhos. Todos os teatros italianos estão em greve, desde a assinatura do decreto. Um dos mais importantes conservatórios do mundo, a Academia di Santa Cecilia, parou.

O grande Maestro Zubin Mehta regeu em praça pública o Coro e Orquestra do Teatro Comunale di Firenze. A canção escolhida foi a ária “Va pensiero” da ópera Nabuco de Verdi. Com escolha sugestiva, esta canção tem um significado patriótico para a Unidade Italiana. Quando de sua apresentação para o Imperador Francisco José (o marido de Sissi) houve uma grande manifestação de patriotismo da platéia presente, constrangendo o Imperador que dominava o norte da Itália.

Do ponto de vista econômico, por outro lado, o ataque à cultura italiana, só aprofunda a crise. O país tem no turismo uma das suas principais receitas. Sem os seus teatros líricos ficará mais vazia, com menos compras no seu comércio e mais desemprego.

DO MODO COMO SE PRONUNCIA, A PEDOFILIA É PARTE NATURAL DA SOCIEDADE SEGUNDO ALGUNS HIERARCAS DA IGREJA CATÓLICA

A Igreja Católica engendrou um discurso perigoso para ela ao tratar da Pedofilia. Se a Igreja é necessária para “salvar” as pessoas, lhes abrir as portas da bem aventurança, que discurso é esse afinal que apenas justifica os pedófilos intra-muros, acusando aqueles extra-muros?

Se a pedofilia não é moralmente condenável, o que resta a Igreja do ponto de vista da sua essência como instituição? Eu me explico melhor. Ninguém exige moralidade de uma pedra, ela é inerte ao assunto. Quando o Arcebispo de Porto Alegre, Dadeus Grings diz que a sociedade é pedófila, deu a ela a mesma natureza inerte da pedra em face do assunto. Especialmente quando esta sociedade é de um país cuja maioria é católica.

Ao assumir esta falibilidade da igreja, por extensão, embora não tenha dito, assume a do próprio Papa. Ou a Pedofilia é moralmente ruim e não tem que fazer campeonato entre sacerdotes, médicos, educadores e empresários para saber-se quem o é mais ou se toca o dedo na ferida. Então se a pedofilia é ruim para a vida em sociedade, este é um assunto moral e que certamente poderá ser tratado pelas pessoas e pelas instituições como forma de transformação e conquista.

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