(Postado a pedido de José Nilton Mariano Saraiva)
O “quebrar as perninhas” (de alguém ou até mesmo de um rude animal irracional) é impossibilitá-lo de locomover-se, de ir e vir livremente, de escolher seus próprios caminhos, de saciar sua sede. Trata-se, pois, de uma violência brutal e grotesca, passível de reprovação. Independentemente de onde ocorra ou de quem o pratique. Aqui ou na China.
E, quando o “quebrar as perninhas” (anunciado com desdém, ironia e deboche para deleite de uns poucos áulicos e a incompreensível omissão ou silêncio sepulcral da maioria), se transmuta escancaradamente para o cerceamento da liberdade de expressão, quando embute a intenção declarada de “calar a boca” (via intimidantes “regras de comportamento”), quando tem por objetivo precípuo policiar, monitorar e impedir a manifestação pública, transparente e responsável de outrem (já que firmada e subscrita com o preto no branco), a coisa se torna muitíssimo mais grave, assume cores ameaçadoras num horizonte sombrio, conotações não tão recomendáveis, perigosas, até (e a gente já viu o quanto é delicado se brincar com isso).
Por quê ??? Exatamente porque imposta de cima pra baixo por alguém que, fazendo valer tiranicamente sua condição de “dono” de um instrumento informativo que se pretende plural e democrático, repentinamente decidiu arvorar-se de “juiz supremo”, messias de um novo tempo, detentor da verdade absoluta, senhor do destino dos que o circundam, já que (ele imagina) com poderes e capaz de introduzir-lhes, goela abaixo, sem dó nem piedade, suas idiossincrasias (característica comportamental peculiar a uma pessoa - ou uma “via de mão única”), sem oferecer espaço para quaisquer contestações ou questionamentos.
E o mais perigoso e inacreditável nisso tudo, é constatar a “rasgação de seda” ante tal arbitrariedade, já que equivocadamente saudada com uma alegria incontida, um ufanismo esfuziante e, até, com sugestões de "aprimoramento do castigo" - via redução de espaço para quem ousar falar de política, e, enfim, uma superficialidade a toda prova por parte de alguns pouco inconformados com uma situação política momentaneamente não favorável (os mesmos, mesmíssimos, inclusive o próprio, que até ontem se sentiam no direito de meter o pau, baixar o cacete, descer o malho, sem nenhuma parcimônia ou respeito, em ninguém menos que um Presidente da República eleito democraticamente pela maioria da população).
Já vimos esse tenebroso filme antes. Em meados de 1964, época da “redentora”, da sinistra e sorumbática TFP e companhia limitada. E os brasileiros que o vivenciaram não guardam, definitivamente, boas lembranças. Tanto que o velho adágio popular “recordar é viver” aqui soaria um tanto quanto inadequado, démodé, despropositado, até. Por motivos óbvios (que nem é recomendável lembrar, não custa repetir).
Não esquecer, também, que dias atrás já houvera se verificado certo retrocesso no “blogdocrato”, através do privilegiamento de um sistema de avaliação equivocado, porquanto permissivo e indutor a que anônimos covardes e irresponsáveis (os famosos “lobos travestidos de cordeiro”, que estão sempre à espreita) tivessem a oportunidade de tentar denegrir, desqualificar ou descredenciar pessoas sérias e de credibilidade insuspeita, levando-as a se afastarem do nosso convívio, abruptamente, por conta das agressões sofridas (como o fez o sempre ponderado Carlos Eduardo Esmeraldo). Aqui, há que se ressaltar, por questão de justiça, que até houve uma tentativa de modificação, embora o sistema continue vulnerável e deficiente.
Só temos a lamentar, pois, que, enquanto e quando milhares de jornais, revistas, blogs e sites em todo o mundo se dispõem a incentivar e disponibilizar novas aberturas, distintos caminhos, outros canais de comunicação, inclusive uma concorrida e benfazeja interatividade, no blogdocrato, E SÓ AQUI - sob o inverossímil e enganador argumento da “isenção durante o período eleitoral” - haja sido tomada tão estapafúrdia medida restritiva (uma espécie de “aízinho-mirim”, tupiniquim), que, indubitavelmente, o fará perder substância e musculatura, em razão das “férias” (forçadas) de alguns dos seus colaboradores.
Navega, pois, na contramão da história e de bom senso, o blogdocrato.
Autoria e postagem: José Nilton Mariano Saraiva
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“Acontece que todo censor tem um amor. Amantes da censura, que enaltece, sentem-se aliviados não pela interdição das brigas, mas por não ter de sofrer as contradições do lado que tão intensamente se apegou. Quando o debate resvala para a briga alguns querem chamar o cassetete sobre os briguentos, mas outros podem tomar o conteúdo do debate como a voz do objeto que se pretende. (...) Não existe outro modo de fazer isso que não seja pelo debate, embate e formando uma consciência coletiva que se torne essencial ao reconhecimento das mudanças”.
(José do Vale Pinheiro Feitosa)
Caro Mariano,
ResponderExcluirTodos nós que vivemos em tempo de ditadura e de censura sentimo-nos imediatamente sufocados aos primeiros sintomas da tesoura. A D. Solange da vez é o blog do Crato. Alguém já disse que começam-se queimando os livros e logo depois os autores. Precede à guilhotina o índex de autores e livros. Hoje é fácil todos se indignarem com os crimes do holocausto, dos gulags, da inquisição. É fácil posar de liberal e avançado quando os tempos são de democracia e obtidos à forceps com o sacrfício de muitos estudantes, sindicalistas e comunistas. Onde estava a maioria desses liberais nos tempos de chumbo? A pergunta é fácil de responder: basta ter em mãos um pouquinho de poder para o mais renhido liberal se tornar rapidamente um reacionário pronto a cometer os maiores desvios em prol de uma moral questionável, da manutenção do status quo; da defesa mais intransigente do seu lugar ao sol.Hitler, Stalin,os Papas, Saddam e tantos outros não tiveram carreira tão diferente. Eram perfeitamente avançados, liberais e democratas enquanto não tinham o poder nas mãos... depois... bem depois precisaram fazer o que fizeram para o bem da humanidade, para a defesa do seu povo, para o engrandecimento de Deus... Quanto mais conheço os homens, mais admiro as lagartixas.
Mais, caro Mariano, que eu saiba vc foi convidado a participar do blog. Escreveu suas matérias regularmente, como articulista, sem auferir quisquer lucros pelo trabalho. Há poucos dias tb havia acontecido o mesmo com o Dr. Valdetário. Expulsos ambos do blog como cães vadios, sem qusiquer justificativas, como se tratassem de marginais, de larápios e não de cidadãos da mais alta categoria. Convidaram vcs para uma festa , unica e exclusivamente para que fossem expulsos e humilhados e expostos à execração pública. Proponho ao Salatiel (que no Cariricult , em situação de impasse semelhante, se pôs claramente a favor da diversidade e da pluralidade) para que os convide como colaboradores do Cariricult. No mais, é esperar... quw a vida é uma roda como já dizia o grande D. Hélder Câmara, em pouco os que subiram pisando os que se encontravam embaixo terão que descer e encontrar com os pisoteados na mesma circunferência.
ResponderExcluirHá uma distorção muito grande dos fatos como eles aconteceram, e a explicação está toda dada lá no Blog do Crato do porque da suspensão do Mariano, que não foi uma decisão imediata, mas acumulativa de eventos ( não foi expulsão como cães vadios, como diz aí o Zé Flávio ).
ResponderExcluirQuem conviveu nos últimos meses com as inúmeras confusões geradas por postagens eminentemente politiqueiras de Publicidade Antecipada, e as brigas INTERMINÁVEIS entre até 5 pessoas ao mesmo tempo consumindo tempo, energia e criatividade, sabe do esforço que tive para tentar atingir a Paz e o Equilíbrio lá.
Agora, as únicas pessoas que reclamaram das novas regras sobre a suspensão temporária das postagens políticas foram exatamente os que já estavam mal intencionados em tentar fazer Campanha Eleitoral e promoverem seus candidatos no período eleitoral. Os outros aplaudiram a decisão.
O cordão dos descontentes sempre irá existir. Não se pode nem deve atingir a unanimidade. Não tenho nada pessoal contra o Mariano, e nossas conversas continuam da mesma forma lá mesmo no Blog do Crato.
Sinto muito se agora, vocês não vão poder fazer suas campanhas políticas lá, mas podem continuar, como vêm fazendo via E-mail.
Dihelson Mendonça
"(...) as únicas pessoas que reclamaram das novas regras sobre a suspensão temporária das postagens políticas foram exatamente os que já estavam mal intencionados em tentar fazer Campanha Eleitoral e promoverem seus candidatos no período eleitoral. Os outros aplaudiram a decisão"
ResponderExcluirOs outros = os que apóiam José Serra.
Por isso é que eu tenho vergonha do Blog do Crato. Acredito que ele não representa a cidade, apenas um setor muito específico (aquele que apóia Serra e Samuel).
Definitivamente, admiro muito o trabalho do Salatiel. Não é preciso que haja censura pra que existam a "Paz" e o "Equilíbrio". Aliás, a censura sempre trouxe conflitos.
A internet deveria ser o lugar apropriado pra que existisse liberdade de expressão, mas não é o que ocorre no blog do Dihelson. Venho acompanhando silenciosamente toda essa disputa (me recuso a comentar no Blog do Crato porque não pretendo fornecer meu telefone, meu CPF, meu endereço e dizer quem são meus antepassados pra poder dar a minha opinião) e sinto "vergonha alheia" por ver comportamentos tão provincianos, anti-democráticos e tacanhos. É uma pena.
O Blog do Crato está perdendo alguns de seus melhores articulistas: restarão apenas os inócuos e/ou aqueles que concordam com Dihelson. Mas, como ele vem afirmando, o blog é DELE, as pessoas são convidadas ou expulsas por ELE e os comentários passam pela moderação DELE. Um discurso tão personalista jamais poderia vir de uma pessoa que apreciasse minimamente a democracia.
Amanda,
ResponderExcluirDepois das suas palavras tão precisas e incisivas, acredito que, da minha parte, já não há muito a acrescentar. Os "iluminados" são os que apoiam o Serra, a propaganda política é feita apenas pelos que elogiam o Lula, reprotagens inteiras cobrindo fotograficamente a vinda do José Serra são apenas artigos equidistantes, jornalísticos e despretensiosos. O Dihelson tem todo o direito de fazer do Blog DELE o que bem entender, deveria, no entanto, ter tido o discernimento de escolher melhor os seus colaboradores, afastando os "cães vadios" na sua origem, evitando ter que depois chamar a carrocinha.
Zé Flávio,
ResponderExcluirÉ claro que o nosso ciclo no blogdocrato esvaiu-se; novas e draconianas regras de postagens foram unilateralmente impostas de cima pra baixo, delas discordamos pública e frontalmente em razão da absoluta impossibilidade de segui-las e por entendê-las claramente cerceadoras do livre direito de expressão e, por conta disso, sumariamente fomos expulso. Sem choro nem vela. Publicamente. Para satisfação de alguns e descontentamento de outros. Uma prerrogativa, soube-se posteriormente, do “dono” do blog, e estamos conversados.
Estranhamos, sim, e fazemos questão de registrar, a truculência como o processo se desenvolveu, não constante de qualquer script ou manual de boas maneiras: a retirada “vapt-vupt” da nossa “postagem-protesto” (“Na contramão da história”) e sua imediata substituição por uma outra, da administração do blog (“Nosso blog merece respeito”), acolhedora de várias e infundadas acusações à nossa pessoa: desrespeitador, confuseiro, criador de problemas, causador de transtornos, e por aí vai. Repelimo-las.Categoricamente. Todas.
E desafiamos as pessoas citadas como protagonistas de conflitos conosco (com uma raríssima exceção) a confirmarem qualquer confusão ou problema que lhes tenhamos causado. Houve, sim, divergências, enfrentamentos pontuais, comuns em um embate, ambiente ou debate que se pretenda democrático.
Outrossim, jamais escrevemos por obrigação ou na perspectiva de denegrir ninguém; o fazemos por nos dá prazer. Porque desde cedo vislumbramos a leitura como passaporte à descoberta de novos mundos, outros horizontes, ecléticos conhecimentos. E, como temos uma atávica dificuldade de expressar-se oralmente (devido à excessiva timidez e problemas nas cordas vocais), aprendemos a gostar das letras, de juntá-las uma a uma, formar palavras, agregá-las pacientemente à busca de um sentido coerente; e elas, dadivosamente, acabam por nos compensar, dando-nos de sobra aquilo que não podemos traduzir verbalmente.
De outra parte, temos consciência, sim, que o nosso estilo, um tanto quanto contundente, desabrido e transparente (que alguns tacham de agressivo), acaba por ser interpretado equivocadamente, quando sugerem que pretendamos influenciar outrem, na base da imposição do nosso pensamento. Nada mais absurdo e despropositado. A nossa verdade não é a verdade do vizinho. Não existe uma verdade absoluta. E não temos, definitivamente, competencia nenhuma para a evangelização.
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ResponderExcluirE o Mariano ainda diz sobre as regras do Blog do Crato neste período eleitoral:
ResponderExcluir"em razão da absoluta impossibilidade de segui-las"
Eu compreendo isso, Mariano, você é um doente, mas vá fazer politicagem em outro lugar, já que você taí se coçando pra escrever sobre isso.
Amanda,
ResponderExcluirSua truculência é fantástica. Quando digo que "os que já estavam mal intencionados em tentar fazer Campanha Eleitoral e promoverem seus candidatos no período eleitoral. Os outros aplaudiram a decisão"
Os outros que aplaudiram, está muito claro que são os que não desejaram fazer campanha eleitoral, e que escrevem para nós por e-mail reclamando da politicagem. Não é preciso ter nenhuma inteligência superior para entender isso. Mas posso entender o seu "ranço" contra o Blog do Crato. Eu compreendo, aceito e até te apoio. Continue mantendo e aumentando essa distância porque é assim que deve ser mesmo.
E José Nilton Mariano, deixa de ser bobo, pois eu te salvei várias vezes das confusões em que você mesmo se meteu. Ou você está esquecido das grandes confusões que você armou para com o professor Armando Rafael, que foi preciso eu intervir ? E os e-mails que você me enviava em particular dos problemas ? E as suas confusões sempre procurando atacar a imagem de pessoas públicas ? E as últimas confusões em que você se meteu até com Alessandra Bandeira, com Matheus Siebra e até comigo ? É muito raro ter uma postagem sua que não seja contundente, que não seja para ferir alguém ou algo.
Cara, deixa de ser confuseiro, tu és um criador de problemas que os outros ficam pra resolver! Fica em paz agora, seja feliz na sua vida. Procura a felicidade, que é isso que você precisa. Você é uma pessoa muito infeliz. Eu sei que você vai tentar, como é do seu feitio, render esse assunto aqui até 2015, mas eu vou tratar de encerrar a minha parte, afinal de contas, EU realmente tenho o que fazer. Mas eu não te desejo nenhum mal, aliás, sempre te desejei o bem.
Dihelson Mendonça