Dos engenhos da minha terra
só os nomes fazem sonhar:
- Esperança!
- Estrela-d´Alva!
- Flor do Bosque!
- Bom Mirar!
Ascenso Ferreira era poeta da declamação. Como nossos cantadores, os versejadores dos poemas de cordel. Assim como Patativa do Assaré. Como temos falta da declamação, quem sabe um violão ou um piano. Numa noite de espíritos, como uma vez, para minha total e acho que merecido atendimento das necessidades. Em Luanda, Angola, a embaixatriz nos levou para um recital num antigo casarão português, no segundo andar com piso de madeira e bar por cenário. Janelões naquele clima bem nordestino, aberto para o mesmo oceano Atlântico.
Mestre Carlos, rei dos mestres,
Aprendeu sem se ensinar...
- Ele reina no fogo!
- Ele reina na água!
- Ele reina no ar!
Quando o verso se presta para a voz, lembre de Ascenso Ferreira, não feito uma técnica de Jogral, mas como um canto de tudo que completava aquele poeta.
Sertão! – Jatobá!
Sertão – Cabrobó!
- Cabrobó!
- Ouricuri!
- Exu!
- Exu!
Poesia não é um modo escrever, é a vida como ela se escreve. O poeta nordestino que sabia dizer:
Ai! Que saudade dos bêbados de fim de feira
dos interessantes bêbados de fim de feira
que o imposto de consumo afugentou!
......
- Patrão; eu sô é home!
não arrespeito outoridade....
- Bote uma bicada mode esquentá o frio!
- Bote uma bicada mode esquentá o calo!
O poeta da irreverência a quebrar os cristais dos salões:
Eu vi o Gênio da Raça!!!
(Aposto como vocês estão pensando que eu vou falar de Rui Barbosa)
Qual!
O Gênio da Raça que eu vi
foi aquela mulatinha chocolate,
fazendo o passo do siricongado
na terça-feira de carnaval!
E qual coisa é mais preciso para nós nesta terra?
“Branquinha”,
“Branquinha”,
É suco de cana
Pouquinho – é rainha,
Muitão – é tirana.
Vejam este poema o qual Ascenso nomeou Nordeste:
O ferreiro malhando no topo das baraúnas.
Nas lombadas da serra o sol é de lascar...
Nem uma folha só fazendo movimento!...
- Nana! Ô Nana!
- Inhor!
- Chega me abana...
Pouco a pouco porém, vem vindo um frio lento
trazido pelas mãos de moça do luar...
Que gozo nos coqueiros acarinhados pelo vento!...
- Nana! Ô Nana!
- Inhor!
- Chega me esquentar....
E conheces o TREM DE ALAGOAS: Vou danado pra Catende,/ vou danado pra Catende,/ vou danado pra Catende,/ com vontade de chegar....Cana-caiana,/ can-roxa,/ cana-fita,/ cada qual a mais bonita,/ todas boas de chupar...E esta que tanta gente repete até como de outros autores, intitulada GAUCHO: Riscando os cavalos!/ Tinindo as esporas!/ Través das cochilas!/ Saí de meus pagos em louca arrancada!/ - Para quê?/ - Pra nada!/ E este ÊXTASE? Emana do teu ser tão grande calma, / um langor tão suave, expressivo, profundo,/ que tenho a sensação virgem de que minh´alma,/ desgarrada de mim, anda solta no mundo./ Vejam como o poeta é crônica, como esta A COPA DO MUNDO: No meio daquela confusão toda/ De rádios berrando,/ Fogos pipocando,/ Bêbados Cantando!/ Maria embocou pela porta de Chico Tenório adentro,/ Do qual se encontrava lha muito tempo of-side,/ E exclamou alucinada: - Chiquinho, meu bem,/ O Brasil ganhou a Copa do Mundo,/ Vamos também fazer nosso goal, meu amor!
só os nomes fazem sonhar:
- Esperança!
- Estrela-d´Alva!
- Flor do Bosque!
- Bom Mirar!
Ascenso Ferreira era poeta da declamação. Como nossos cantadores, os versejadores dos poemas de cordel. Assim como Patativa do Assaré. Como temos falta da declamação, quem sabe um violão ou um piano. Numa noite de espíritos, como uma vez, para minha total e acho que merecido atendimento das necessidades. Em Luanda, Angola, a embaixatriz nos levou para um recital num antigo casarão português, no segundo andar com piso de madeira e bar por cenário. Janelões naquele clima bem nordestino, aberto para o mesmo oceano Atlântico.
Mestre Carlos, rei dos mestres,
Aprendeu sem se ensinar...
- Ele reina no fogo!
- Ele reina na água!
- Ele reina no ar!
Quando o verso se presta para a voz, lembre de Ascenso Ferreira, não feito uma técnica de Jogral, mas como um canto de tudo que completava aquele poeta.
Sertão! – Jatobá!
Sertão – Cabrobó!
- Cabrobó!
- Ouricuri!
- Exu!
- Exu!
Poesia não é um modo escrever, é a vida como ela se escreve. O poeta nordestino que sabia dizer:
Ai! Que saudade dos bêbados de fim de feira
dos interessantes bêbados de fim de feira
que o imposto de consumo afugentou!
......
- Patrão; eu sô é home!
não arrespeito outoridade....
- Bote uma bicada mode esquentá o frio!
- Bote uma bicada mode esquentá o calo!
O poeta da irreverência a quebrar os cristais dos salões:
Eu vi o Gênio da Raça!!!
(Aposto como vocês estão pensando que eu vou falar de Rui Barbosa)
Qual!
O Gênio da Raça que eu vi
foi aquela mulatinha chocolate,
fazendo o passo do siricongado
na terça-feira de carnaval!
E qual coisa é mais preciso para nós nesta terra?
“Branquinha”,
“Branquinha”,
É suco de cana
Pouquinho – é rainha,
Muitão – é tirana.
Vejam este poema o qual Ascenso nomeou Nordeste:
O ferreiro malhando no topo das baraúnas.
Nas lombadas da serra o sol é de lascar...
Nem uma folha só fazendo movimento!...
- Nana! Ô Nana!
- Inhor!
- Chega me abana...
Pouco a pouco porém, vem vindo um frio lento
trazido pelas mãos de moça do luar...
Que gozo nos coqueiros acarinhados pelo vento!...
- Nana! Ô Nana!
- Inhor!
- Chega me esquentar....
E conheces o TREM DE ALAGOAS: Vou danado pra Catende,/ vou danado pra Catende,/ vou danado pra Catende,/ com vontade de chegar....Cana-caiana,/ can-roxa,/ cana-fita,/ cada qual a mais bonita,/ todas boas de chupar...E esta que tanta gente repete até como de outros autores, intitulada GAUCHO: Riscando os cavalos!/ Tinindo as esporas!/ Través das cochilas!/ Saí de meus pagos em louca arrancada!/ - Para quê?/ - Pra nada!/ E este ÊXTASE? Emana do teu ser tão grande calma, / um langor tão suave, expressivo, profundo,/ que tenho a sensação virgem de que minh´alma,/ desgarrada de mim, anda solta no mundo./ Vejam como o poeta é crônica, como esta A COPA DO MUNDO: No meio daquela confusão toda/ De rádios berrando,/ Fogos pipocando,/ Bêbados Cantando!/ Maria embocou pela porta de Chico Tenório adentro,/ Do qual se encontrava lha muito tempo of-side,/ E exclamou alucinada: - Chiquinho, meu bem,/ O Brasil ganhou a Copa do Mundo,/ Vamos também fazer nosso goal, meu amor!
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