sábado, 18 de setembro de 2010

Tempos de ternura - Emerson Monteiro

Tempos difíceis são os tempos de ternura para todos nós, porquanto as crises impõem normas, no fim de superar seus obstáculos. Ninguém sofre em vão. O que mostra a diferença no saber sofrer é o jeito de responder às crises.
Estes tempos dagora pedem sérias atitudes em termos de carinho com que se deva conviver junto dos outros nos grupamentos da sociedade. Para onde se vira, uma demanda de atenção exige dos sentimentos da bondade.
Ruas estreitas pelo crescimento das populações das cidades; ruídos variados e agressivos com o aumento da intensidade das máquinas de som mais alto; a luta pela sobrevivência; a competição pelo poder a todo custo, sobretudo de quem demonstra mais sagacidade na área das conquistas sociais; o estudo, que pede concentração e esforço da juventude; etc.
O trânsito cresceu além da capacidade dos becos e das ruas, nas cidades, com a ligeireza dos veículos bem acima da tranquilidade construída no passado distante. A violência provocada pelas drogas, mal de proporções alarmantes que corrói as instituições de controle. E outros.
Afinal, um painel assustador em termos e proporções, portas abertas no alvorecer do famigerado terceiro milênio da humanidade.
Enquanto isso, a vida continuará, sem sombra de dúvidas, e quem for podre que se quebre, sincera e realista determinação popular. O espetáculo da existência seguirá em frente, com certeza. A raça dos homens haverá de encontrar um jeito bom de resolver suas próprias equações, o que vem acontecendo desde que se conhecem os acontecimentos.
No entanto, de dentro da casca de cada pessoa surge a condição particular de encontrar o gesto importante, nesta hora crítica. Os mestres da história vêm indicando modos civilizados para dissolver tantos bloqueios da alma humana. Oferecem novos sentimentos de paz, alegria, conformação, humildade, paciência, perseverança, justiça, amor, acima de tudo, o amor.
Valor de imensa cotação essa coisa de amor, que manifesta fraternidade e companheirismo nas estradas do viver sadio. Simples de demonstrar e difícil, porém não impossível, de praticar, nos tempos da atualidade. Descobrir, pois, os tratos afáveis da esperança por meio do amor entre as pessoas, eis a urgente proposta coletiva para que os humanos arrastem com sabedoria seus pés no lodo esquisito destes tempos de tantas e desafiadoras interrogações.

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