A Rede Globo repercutiu com estardalhaço, hoje, no seu principal jornal televisivo, que no Brasil os telefones celulares já são mais de 190 milhões de unidades (uma realidade). Como, por falta de bandeiras, já há um certo tempo a “tucanhalada” não cansa de citar as telecomunicações como prova de sucesso da política privaticionista, evidentemente que essa é a “deixa” para que a “coisa” possa ser explorada ao máximo nesta reta final da campanha eleitoral (tudo indica que definitivamente o desespero bateu às portas dos lúgubres laboratórios tucanos, depois que os escândalos e palhaçadas patrocinados não se refletiram nas pesquisas, já que serviram e fizeram foi alacancar a candadatura governista).
No entanto, não custa lembrar ao distinto público: 1) que, à época da privatização do setor das telecomunicações, aproximadamente cinqüenta por cento dos recursos aplicados na transferência do bem público para o setor privado veio dos próprios cofres do Tesouro (Estado), via BNDES e fundos de pensão; 2) que, o setor cresceu exponencialmente não porque os novos gestores fossem mais competentes que os antigos proprietários, mas, sim, porque, graciosa e irresponsavelmente, receberam do governo FHC carta-branca para reajustar tarifas ao bel-prazer (e como desde então o preço ta salgado, não é mesmo ???); 3) que, como a ordem era se livrar de qualquer jeito e a qualquer custo do patrimônio público (mesmo que a preço de banana em fim de feira), o governo FHC, antes, investiu pesado no setor a fim de torná-lo mais atraente (na Economia, o nome dado a isso é “fetichismo”, ou seja, providenciar ou dá um banho de loja, dourar a pílula, a fim de se alcançar um objetivo); 4) que, após tomar posse do setor, ávidos por lucro e sem nenhuma preocupação com o social, a tesoura afiada e implacável dos novos donos foi acionada indiscriminadamente e nunca se demitiu tanto trabalhador, no Brasil; 5) que, tal política acabou depondo contra o próprio Governo, já que contribuiu decisivamente para aumentar substancialmente a taxa de desemprego da era FHC (aquela velha situação em que o feitiço virou contra o feiticeiro); 6) que, como naquele momento, coincidentemente, o setor de telecomunicações experimentava uma revolução tecnológica sem precedentes na história (não só no Brasil mas em todo o mundo), foi possível realizar o mínimo de investimentos e prestar serviços a custo menor que no período imediatamente anterior (naquela ocasião, frise-se, porque a “porrada” demolidora viria logo depois, com o aumento abusivo dos preços das tarifas, nem que para tanto o "aparelho" propriamente seja entregue gratuitamente pelas operadoras); 7) que, como o grosso do investimento foi o próprio governo que financiou (BNDES e fundos de pensão, lembram???), mui provavelmente não entrou grana nenhuma na transação (ou seja, não teria havido nenhum aporte “real” de recursos, mas, simplesmente, um simples ajuste escritural/contábil) ; 8) que, como o saldo devedor (este, sim, real) foi diluído no longo prazo, a informação veiculada de que o dinheiro arrecadado serviria prá abater a dívida externa, não passou de conversa pra boi dormir; 9) que, mesmo assim o setor é o campeoníssimo no tocante às queixas de consumidores, junto ao Decon (em todo o Brasil); 10) que, o resto é perfumaria barata, de quinta categoria
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