Lá pelos idos dos anos quarenta, final da ditadura Vargas, aconteceram eleições em todo o Brasil. O Partido Comunista Brasileiro, que fora destroçado pela repressão e estivera sob o impacto da propaganda negativa do governo, das elites conservadoras e da igreja católica renasce vigoroso e com capacidade de disputar eleições nos grandes centros, especialmente São Paulo.
É desta época que o partido forma quadros importantes e uma juventude que desejava mais que o existente, procurava-o e nele se formava. Muitos destes jovens, de classe média, depois se tornavam prisioneiros de classe, precisavam sustentar-se nas classes sociais dominantes e se tornavam anticomunistas virulentos. É o caso de Carlos Lacerda que se tornou um líder da direita com grande capacidade de luta, pois era um político de grande talento. Não havia de fundo uma crítica ao comunismo, era uma contrafação, era o negativo perfeito da forma que ele fotografara da doutrina.
No fundo eram pessoas ambiciosas, que sabiam usar formulações para matar o debate e calar o adversário. Um trololó muito mais virulento do que este que faz o Serra e diz que são os outros. O anticomunista “arrependido” era a primeira mentira deles. Não eram anti coisa alguma, eram eles mesmos e o preço que pagaram pela alma deles como um Fausto de baixo calibre. Um Fausto desprovido de razões, conteúdo e voltado apenas para a vitória pessoal e terrivelmente solitária.
O pior é que existem estes anti em oferta tão ampla que o preço vira pechincha no mercado livre dos sicários. Um adendo, existem os vendidos mansos, aloprados, volúveis, entre outras adjetivações, mas o tipo que lembra algumas postagens na internet está mais para Lacerda do que para Fernando Henrique Cardoso. Aliás, FHC e Lula nunca foram comunistas, não gostam deles, mas é que FHC pediu que se esquecesse o que falara. Até hoje ninguém sabe o motivo, pois fez no governo o que escrevera, embora montado num neoliberalismo tardio.
Mas existem pessoas que migraram no sentido inverso. Um que me lembro é o diretor de teatro, artista riquíssimo, radical na estética, José Celso Martinez. O pai do Zé era o chefe do Partido Integralista de Araraquara e ele era da juventude. Nos idos lá de cima, citado no começo, eles com a juventude ademarista acabaram um comício do Partido Comunista, então na legalidade, numa disputa eleitoral.
Mas o Zé Celso só entra nesta narrativa por um motivo principal: é um versátil artista e vive do seu trabalho. Fez coisa de afronta à ditadura na época que ela matava. Teve que sair do país e, no entanto, com imensa liberdade pequeno burguesa que sempre teve, jamais se confundiu com os momentos e nem saiu de porrete em punho atrás de chavistas, comunistas, petistas, fidelistas, dilmistas e que mais militância tenham. O espanto é saber-se que um norte pode haver, seja entre o último dos juízes ou o primeiro dos profetas.
É desta época que o partido forma quadros importantes e uma juventude que desejava mais que o existente, procurava-o e nele se formava. Muitos destes jovens, de classe média, depois se tornavam prisioneiros de classe, precisavam sustentar-se nas classes sociais dominantes e se tornavam anticomunistas virulentos. É o caso de Carlos Lacerda que se tornou um líder da direita com grande capacidade de luta, pois era um político de grande talento. Não havia de fundo uma crítica ao comunismo, era uma contrafação, era o negativo perfeito da forma que ele fotografara da doutrina.
No fundo eram pessoas ambiciosas, que sabiam usar formulações para matar o debate e calar o adversário. Um trololó muito mais virulento do que este que faz o Serra e diz que são os outros. O anticomunista “arrependido” era a primeira mentira deles. Não eram anti coisa alguma, eram eles mesmos e o preço que pagaram pela alma deles como um Fausto de baixo calibre. Um Fausto desprovido de razões, conteúdo e voltado apenas para a vitória pessoal e terrivelmente solitária.
O pior é que existem estes anti em oferta tão ampla que o preço vira pechincha no mercado livre dos sicários. Um adendo, existem os vendidos mansos, aloprados, volúveis, entre outras adjetivações, mas o tipo que lembra algumas postagens na internet está mais para Lacerda do que para Fernando Henrique Cardoso. Aliás, FHC e Lula nunca foram comunistas, não gostam deles, mas é que FHC pediu que se esquecesse o que falara. Até hoje ninguém sabe o motivo, pois fez no governo o que escrevera, embora montado num neoliberalismo tardio.
Mas existem pessoas que migraram no sentido inverso. Um que me lembro é o diretor de teatro, artista riquíssimo, radical na estética, José Celso Martinez. O pai do Zé era o chefe do Partido Integralista de Araraquara e ele era da juventude. Nos idos lá de cima, citado no começo, eles com a juventude ademarista acabaram um comício do Partido Comunista, então na legalidade, numa disputa eleitoral.
Mas o Zé Celso só entra nesta narrativa por um motivo principal: é um versátil artista e vive do seu trabalho. Fez coisa de afronta à ditadura na época que ela matava. Teve que sair do país e, no entanto, com imensa liberdade pequeno burguesa que sempre teve, jamais se confundiu com os momentos e nem saiu de porrete em punho atrás de chavistas, comunistas, petistas, fidelistas, dilmistas e que mais militância tenham. O espanto é saber-se que um norte pode haver, seja entre o último dos juízes ou o primeiro dos profetas.
zé, você sempre acrescenta conteúdo às discussões superficiais que rastejam pelo blog.
ResponderExcluirgrande texto!
Lupin tem razão. Pior é que alguns não entenderão.
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