Depois de mais ou menos vinte anos retornei ao Cariri. Dei,com um amigo, uma Oficina na Mostra SESC Cariri de Artes. Fiquei impressionado com o tamanho da Mo(N)stra. Gigantesca. Teatro de boa qualidade no meio de algumas bobagens xexelentas (como acontece em todo lugar). Fiquei impressionado também com o crescimente de Juázeiro. A cidade continua feia mas já tem alguns serviços de cidade grande. Já se pode comer Sushi no supermercado ou comprar produtos diet como Nutella, sou diabético e viciado em baboseiras. A lanchonete Gianduia produz bons sanduíches o que antes era impossível de ser encontrado. As lanchonetes se limitavam aos gordurosos mistos e cheesburgers. Mas o ponto alto foi comer no "Lá na praça" em Crato. Meu ponto favorito da viagem. Vi, com prazer que a juventude está mais bonita e ao contrário do que imaginei, ao discutir com alguns homofóbicos barrigudos aqui no site, existem vários casais gays, modernos e antenados ( Daniel Peixoto, Montage e Crato não são incompatíveis).
Algumas decepções. A Rua Miguel Limaverde onde morei está horrorosa. Sumiram algumas casas antigas bonitas e em seu lugar construiram uns prédios feios, vulgares. O moderno pobre sem concepção arquitetônica de qualidade é o pior que pode existir na paisagem urbana. A Rua João Pessoa tá muito feia também com suas placas enormes enobrindo as fachadas dos prédios. Mas o pior foi ver o calçadão da Primavera todo degradado.
Reencontrei poucos amigos. Fernado Piancó,um dos organizadores da mostra e com quem formava uma dupla no futebol conhecida como Farrapo e Ganso. O apelido foi botado por Xico Carlos, colega nosso do Colégio Estadual, um baterista banguela que cobria as falhas na dentadura com uma espessa barba. Revi alguns conhecidos como Múcio que agora é dono de uma tapiocaria. Por fim encontrei com meu amigo de longa data Luiz Carlos Salatiel que me deu de presente uma bela xilogravura. Acabei sem encontrar mais uma vez com Zé Flávio. Nos conhecemos apenas pelo Carircult e acabamos nos desencontrando em Crato. É complicado passar muitos anos sem ir ao lugar onde nascemos. Acabamos achando que nossos amigos estão mais velhos do que nós. Eles devem pensar a mesma coisa. E alguém deve ter razão.
maurício, maravilhoso texto.
ResponderExcluirimagine as minhas impressões depois de 33 anos sem ver a(s) cidade(s).
quando saí, o crato ainda era uma vila.
Grande Maurício ! Você esteve na terra e mais uma vez não nos encontramos! Estive envolvido um pouco tb na Mostra , mais como expectorante ( como dizia Joquinha). Interessante sua visão sobre a região vinte anos depois. Não é muito diferente da nossa percepção. As coisas vão mudando, a gente também , em algumas coisas para melhor, em outras para pior. Da próxima vez, não passa! Volte á terra, dê notícias. Qdo. for a Salvador tento um contato contigo.
ResponderExcluirAbraço,
Zé Flávio
Ei Lupin,
ResponderExcluirVocê tb está nos devendo várias visitas. Apareça, rapaz!
Zé Flávio
ResponderExcluirQuando passar por Salvador me avise. Abraço.