quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Começou... - José Nilton Mariano Saraiva

Agora, é pra valer. Entramos, definitivamente, em guerra contra o tráfico. E em uma guerra não se mandam flores ao inimigo. Podemos até, magnanimamente, enviar-lhe, devidamente revestidas em papel de presente, bananas (de dinamite) ou chocolates (granadas), acionados à distância.
A reflexão acima tem a ver com o auê que algumas misericordiosas e compadecidas almas (aquelas, eternamente do contra) trataram de verbalizar em razão da utilização, por determinação do Governo Federal, de blindados das forças armadas quando da invasão da comunidade denominada Complexo do Alemão, no Rio (na realidade, um sem número de favelas conjugadas).
A justificativa, pífia, é sobre a presumível inconstitucionalidade de tal medida, porquanto às Forças Armadas estariam reservadas missões mais nobres, tal qual a defesa da pátria por possíveis invasores estrangeiros e, portanto, os seus componentes não estariam preparados para uma “guerra urbana”.
Pura má fé, desconhecimento das leis.
Se se dessem à tarefa de consultar a nossa Carta Magna, facilmente comprovariam que o seu Artigo 142, Título V, Capítulo II é definitivo e contundente, a respeito: “"Art. 142 - As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, À GARANTIA DOS PODERES CONSTITUCIONAIS E, POR INICIATIVA DE QUALQUER DESTES, DA LEI E DA ORDEM”.
Ou será que no Complexo do Alemão, Rocinha ou em qualquer outra comunidade onde os traficantes mandam e desmandam, a lei não é usurpada ??? O ir-e-vir do cidadão obstado ??? A ordem frontalmente desrespeitada ???
Ou será que a intenção sub-reptícia embutida em tais ações não é confrontar o Estado ??? Criar um poder paralelo ??? Impor regras outras ???
Deveriam, pois, esses pseudos-nacionalistas, arautos de uma pseudo-moralidade, absterem-se de esgrimir argumentos tão cretinos e babacas, tais quais os apresentados, que, na realidade, só beneficiam os que trafegam à margem das leis.
O resto é perfumaria barata. De quinta categoria.

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