segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Restaurantes, atendimentos, cardápios e clientes

Restaurantes, cardápios, ambientes e clientes

Na região do Cariri faz tempo que almoçar, lanchar e jantar sempre em casa, deixou de ser um costume das famílias locais.
Com o progresso das nossas cidades nas últimas décadas, somado ao aumento do poder aquisitivo da população e aos costumes trazidos por esta dos grandes centros, esse hábito foi sendo gradativamente alterado. Surgiram, então, não só novos os restaurantes, mas, inclusive, as praças de alimentação nos shoppings, além das modernas padarias, lanchonetes e cafés, muitos das quais e dos quais com o sistema de franquias, em que, além dos outros serviços, o self service, que vende o produto no peso, tornou-se um atrativo a mais para o público consumidor.
Dos pratos feitos de outrora, à base de arroz, feijão, macarrão, bife e/ou galinha caipira, passaram a existir os “A La Carte.”. Estes trouxeram como opções os filés à Delícia, à Parmegiana e o Medalhão. Inclusos nesses cardápios vieram ainda, entre outros, os pratos frutos do mar (camarão, polvo etc.), a linha à base de salada (grãos, amêndoas, folhas e verduras em geral), as massas (pizzas, lasanhas), os churrascos, inclusive as iguarias chinesas e japonesas, no caso o iaquisoba e o sushi.
Mas, para o consumidor atual, que está sempre em busca de novidade com qualidade, essa oferta diversificada no cardápio passou a ser algo insuficiente para seus desejos e necessidades. Sua opção declinou-se pelos estabelecimentos de degustação onde se possa desfrutar, além de um bom paladar, das questões da segurança, higiene, atendimento aprimorado e preço justo. Nesse pacote ele vai mais além exigindo boa localização, espaço para estacionamento, recinto com opções de brinquedos para as crianças e ambientação fina, funcional e agradável.
Infelizmente, em nossa região, esse alerta não vem sendo captado por alguns, repito, alguns proprietários desse ramo de negócios. Pois, ignorando até mesmo o assédio das franquias (Boi Preto, Rubayab, Espeto, Trapiche, Chão de Fogo etc.), que estão de olho gordo no nosso mercado, a maioria ainda mantém seus estabelecimentos sem refrigeração. Chegam também a ludibriar o cliente fornecendo-lhe produtos maquiados por outros, como é o caso dos “filés anunciados” quando, na realidade, a carne servida é outra de qualidade inferior. Acrescente-se a isso a demora no atendimento, os despreparos e os maus-humores de alguns, volto a repetir, de alguns empregados e donos dessas casas que, dentro de uma lojista retrógada, relutam em aceitar a prática universal dos cartões de créditos nas suas opções de crédito e débito.
O Cariri, dado sua evolução em todos os segmentos sócio-econômicos, sedia, quase que diariamente, eventos de grandes portes oriundos dos meios educacional, político, industrial, comercial, financeiro, esportivo, midiático, saúde entre outros. Toda essa diversidade de consumidores, além do povo em geral, vem, dependendo do que lhes é oferecido por essas casas gastronômicas, decretando a sobrevivência ou não destas. Na nova concepção de crescimento de mercado, é preciso não só saciar o cliente, mas confortá-lo e encantá-lo buscando, na excelência dessa relação, o que existe de melhor para satisfazê-lo, no caso com produtos, atendimentos e serviços de qualidades.
Permanecer vivo em meio à concorrência é, portanto, tão somente uma questão de visão. Ou melhor, de visão inteligente!
Garçom, por gentileza, traga-me o cardápio!


Roberto Jamacaru de Aquino

2 comentários:

  1. Tem toda a razão. É difícil achar restaurantes com ar-condicionado, por exemplo.

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  2. Lerei o texto no meu programa de hoje, Cariri Encantado, às 14 horas, pela rádio Educadora.

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