sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O dia de amanhã - Emerson Monteiro

O que virá depois de tudo que o hoje mostra na face do presente a ninguém é dado saber, nas palavras bíblicas, pois o futuro só pertence a Deus. No entanto, quantos gostariam de saber um pouco mais dos dias que virão...
Abrir a porta do amanhã e deglutir, com antecipação, o verde da fruta ainda no pé, pisar os momentos seguintes e planejar com segurança o curso das ações e dos acontecimentos...
Porém não é assim que funciona. Há que trabalhar de outra forma. Estudar sob a luz da experiência que ilumina para trás, enquanto o carro segue para a frente.
Um dos métodos válidos será pôr em prática o conhecimento adquirido e ganhar visão realista na utilização do que a vida toda hora transfere. Os valores servem de base nessa empreitada. Chegam de dentro da necessidade. .
Enquanto a barba do vizinho queimar, a gente põe a nossa de molho.
Alguns conceitos oferecidos pela história guardam relação com isso de ganhar na experiência alheia. Daí o objetivo de estudar História, disciplina classificada de mãe e mestra. Ouvir no tempo o que outros aprenderam na própria pele.
Isso, quando jovem, deve orientar, para ver os que chegaram à idade adulta e souberam o jeito de fazer. Se os jovens examinassem de verdade, inúmeras vezes agiriam de modo diferente na época das facilidades, que bem representa a rica juventude. Nos tempos das vacas magras, o mundo vira padrasto, apresenta pesados tributos a quem esqueceu ou não soube plantar com vistas ao segundo turno da viagem.
Na mocidade, tudo floresce e sorrir. Na terceira idade, segundo a história de muitos, a porca torce o rabo. Braços dos outros, olhos amáveis, educação, gratidão, aposentos, quando comparecem aos gramados, vivam os pais e avós nas mãos abençoadas dos filhos. Caso contrário, tome peia no lombo.
Esperar, sem haver plantado, significa pouca probabilidade, no acontecer do inverno. Saber juntar nas épocas da facilidade impõe sabedoria, exige coerência e princípios, senso de temperança. Contar por certo o que prometeram dependerá dos mais variados fatores. Pensou que não, os bichos entram no jogo e a incerteza sujeita levar à baila o doloroso sofrimento.
Ninguém, portanto, de consciência boa, queira garantir certeza de que o amanhã vem seguro só porque reúne o mínimo necessário de viver e, com isso, os demais respeitarem as previsões. Tal vida, tal morte, fala o povo. Com a medida com que medirdes medir-vos-ão também a voz, fala Jesus.
Assim, nas roças que botarmos, o agora representa apenas rascunho daquilo que colheremos, eis a grande resposta do direito natural. A cada um conforme o seu merecimento.

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