O mundo árabe sacodido. Milhares de pessoas nas ruas. E não são as "ditaduras do eixo do mal". São as ditaduras apoiadas pelo "Ocidente", ou seja, as que defendem interesses dos Estados Unidos, Reino Unido, França, enfim, das potências capitalistas, chamadas de "comunidade internacional".
A situação é causada pela desigualdade social, pobreza, falta de oportunidades, corrupção. E as pessoas vão lutando, resistindo da maneira que lhes é possível. Ocorrem articulações, tem que se precaver da repressão cruel. Até que um certo dia, um jovem decide protestar atentando contra sua própria vida.
Trata-se de Mohamed Bouazizi.
Seu nome completo é Tarek el-Tayyb Mohamed Bem Bouazizi. Nascido em 29 de março de 1984, na Tunísia. Sua profissão: vendedor de rua, o que no Brasil chamamos em alguns locais de "camelô". No dia 17 de dezembro de 2010, após ter suas mercadorias confiscadas, Bouazizi decidiu que ia colocar fogo no próprio corpo. Um ato desesperado. O rapaz tinha comprado cerca de 200 dólares em mercadorias e teve tudo apreendido. Ao tentar reaver as mercadorias, levou um tapa na cara, foi cuspido e por uma oficial de polícia. Tentou falar com o governante local, não conseguiu. Decidiu então, no fatídico dia 17 de dezembro, atear fogo contra si próprio. Em frente ao palácio do governo local.
O agora, ex-presidente da Tunísia, Ben-Ali, visitando Bouazizi.
Tarek el-Tayyb Mohamed Bem Bouazizi não resistiu aos graves ferimentos e faleceu no dia 04 de janeiro de 2011. O desfecho dessa história vocês sabem, o estopim de diversas manifestações de rua em vários países de origem árabe. Tunísia, Egito, Iemen, Argélia. O mundo árabe está em polvorosa. As causas são profundas e antigas. Bouazizi foi o estopim, o catalisador do descontentamento. Um fim trágico para um trabalhador. Um possível novo começo para as populações daqueles países.
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