segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Amor e Revolução" - José Nilton Mariano Saraiva

Fecha-se o cerco. Abrem-se as cortinas. Começa o espetáculo. De forma lenta, gradual e segura (parodiando um nauseabundo ex-general, já falecido), aos poucos as coisas vão mudando na programação televisiva brasileira. Agora, por exemplo, em contraponto aos melosos e comumente imorais folhetins globais, veiculados no horário nobre, se acha em exibição no SBT, já há cerca de duas semanas, a corajosa e esclarecedora novela “Amor e Revolução”, abordando de forma bem objetiva e contundente os tempos duros, difíceis e sombrios da “redentora” (Ditadura Militar, no período 1964-1985, no Brasil).
Baseada em fatos reais (e os historiadores estão aí mesmo para confirmá-los), trata-se, sem favor nenhum, do retrato emblemático daquela longa noite de horrores da história brasileira (povoada de fatos degradantes e abomináveis), quando milhares de jovens idealistas (homens e mulheres) foram exaustivamente perseguidos, torturados e, posteriormente, sumariamente eliminados (e suas famílias destroçadas), sob o pretexto de atuarem como emissários responsáveis por implantar o regime “comunista/socialista” por essas bandas.
Apesar de exibida em horário um tanto quanto inconveniente (22:30 horas), vale a pena conferir a produção do SBT, a fim de se constatar a inaceitável hediondez e bestial “desumanidade” da tortura (cavalo-de-pau, afogamento, choque elétrico, sufocamento, abuso sexual e por aí vai).
Que a novela do canal do Sílvio Santos está incomodando muita gente, disso não tenham quaisquer resquício de dúvidas. Tanto é verdade que alguns saudosistas “generais-de-pijama” já acionaram recorrentemente os Tribunais Judiciários visando sustar sua veiculação.
Como, entretanto, os tempos definitivamente são outros, vamos esperar que não haja solução de continuidade, a fim de que todos possam – principalmente a jovem geração “shopping center” – pesar e aquilatar o caro preço pago para que hoje possamos nos manifestar democraticamente (e que culminou com a outrora impensável eleição de um “trabalhador” para a Presidência da República, posteriormente sucedido por uma mulher, fato nunca dantes experimentado neste país continental).
Convém ainda não esquecer, que também se acha em curso (estimulada, sim, pelo atual governo), a instalação da “Comissão da Verdade” e uma possível revisão da Lei da Anistia (claramente beneficiária dos torturadores), contemplando aquele negro período. Como o SBT (canal 12) se acha a apenas um simplório click da Globo, que tal mudar sua frequência ??? Vá lá, experimente. Você só tem a ganhar.

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