domingo, 10 de abril de 2011
A fé verdadeira - Emerson Monteiro
Saber de Deus e a Ele se entregar é o suficiente para ser feliz, o que, de acordo com as palavras de Santo Agostinho, no livro Solilóquios, resume dizer: Acredita firmemente em Deus e atira-te em seus braços com todo o teu ser, expropria-te a ti mesmo, salva-te do teu domínio e assume ser servo do teu clemente e generoso Senhor, e ele o levará a sua presença e não cessará de cobrir-te com os seus favores, mesmo sem os pedir.
Isto, segundo contam a grandeza do santo e sua receita de vida, traz à tona o que falou do compromisso da conversão, indo às profundidades onde mergulhou com renúncia e exemplo, respeitado que foi pelos cristãos desde a Antiguidade.
Contudo nada justificariam suas palavras caso permanecessem fora dos olhos dos demais seres humanos. Há que avaliar, por isso, o grau de dedicação das atitudes individuais, até se elevar à face magnânima do Criador.
Primeiro, acreditar firmemente; crer, motivo de questões e embates nas picuinhas de correr atrás de fantasias inúteis antes de chegar aos pés de Deus e esperar sua visão, diante dos chamamentos externos e das armadilhas materiais que insistem desviar do objetivo o passo dos devotos que desejem acertar.
Ainda difícil, o sábio admitiu esta condição a quem, com unhas e dentes, larga o leque das ilusões e quer uma alma franca e contrita, firme nas razões de se atirar aos braços do Pai supremo com todo o ser. Eis a expropriação de si mesmo que conta no salvar-se do próprio domínio. Dobrar a vontade e render homenagens a Deus, o ser exclusivo de tudo.
Na fase posterior desses propósitos, um outro acontecimento levará à presença do Poder. Significa pedir para ser aceito em sua casa, nas ações para merecer as benesses divinas da paz e da tranquilidade. Nesse momento, sim, haverá a aceitação definitiva do mistério da Luz eterna.
Essas avaliações descrevem os valores de uma consciência religiosa e o aprimoramento das causas iniciais do tema ora considerado. Tantos procuram respostas da existência apenas durante os períodos de dor e desespero, todavia só raros recebem o prêmio dado à dedicação verdadeira, porquanto permaneceram fora do ângulo da sinceridade, à margem do caminho, e exigiram recompensas indevidas por qualidades abandonadas. Inúmeros desistem; gastam fortunas de ocasiões noutros assuntos, indiferentes; tropeçam nas fragilidades dos roteiros mal engendrados; com isso, refugando o custo das possibilidades e dos frutos preciosos do Bem.
E outras experiências individuais sempre lembrarão as situações aqui consideradas no pouco espaço deste breve comentário.
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