segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pinçando as notícias de hoje - José do Vale Pinheiro Feitosa

O noticiário, por óbvio, tem como notícia forte o resultado das eleições no Peru, onde um candidato de centro-esquerda venceu a filha de Fujimori, ex-presidente da era de ouro do neoliberalismo na América Latina. Mas, por incrível que pareça, o Fujimori foi tão ele mesmo, que até um dos maiores críticos da esquerda latino-americana e de estrondosas teses liberais, o escritor Vargas Llosa se bandeou para o campo adversário à família que disputava mais um mandado a chefe maior do Peru.

As eleições foram disputadíssimas e literalmente rachou os votos peruanos em dois. O marcante foi que novamente os EUA, através de sua embaixada e por ex-assessores de Bush, como um tal Noriega, entraram na dança contra o vitorioso Humala. Agora engolirão os resultados da própria decadência do império.

Aliás foi bem lembrado por aqui no Cariricult o resultado de outras eleições: a da Academia Brasileira de Letras, contrariando toda lógica das letras. Por vezes eu fico com pena dos velhinhos, mas depois me redimo, velhinho coisa alguma, para bom entendedor, velhinho é a mãe. Não tem nada a ver com velhice, mas com outro sufixo "ice" aplicado a canalha. Mas a Nelida Pinon na Globo comemorando Merval Pereira foi de chorar. Lágrimas de crocodilos pelos desfibramento da alma. Nunca mais acreditarei numa linha da Nelida.

E por se tratar da Globo, este espelho da vida nacional, prestes a se estilhaçar, veio pelas letras do José Ignácio Werneck uma lembrança do passado. Tratava-se de Tomaso Buscetta. Um mafioso preso no Brasil e que se tornou um ícone da delação premiada, a ponto de destruir um dos braços da máfia italiana.

O homem fora preso no Brasil e o Jornal Nacional era obrigado a dar a notícia, o leitor do vídeo na época era o Cid Moreira. Mas como pronunciar o sobrenome de Tomaso: Buscetta. Em italiano seria Bucheta. Parecido não é? O que pronunciou Cid? O magistral urso branco como lhe aplicou Brizola: chamou-o de Busqueta. Ficou e todo mundo que for ler e foi da época repetirá a pronúncia inventada pela Globo.

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