segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ainda a “Exposição” – José Nilton Mariano Saraiva

Conhecemos o sensato e equilibrado Emerson Monteiro (embora sem uma maior proximidade, naquela ocasião) desde os bancos escolares, quando cursávamos o antigo “primário” no saudoso Grupo Dom Quintino, ainda ali onde é hoje, esquinas das ruas São Francisco e Monsenhor Esmeraldo, no bairro Pinto Madeira; depois, levados pelo colega comum José Newton Agostinho (outro “pedra noventa”), também militamos juntos numa espécie de clube de serviço (composto de adolescentes), de nome Interact Club, que ficou conhecido em razão dos seus integrantes saírem pelas ruas do Crato (do comércio aos bairros de gente com poder aquisitivo capaz de), à busca de donativos para distribuição com os menos favorecidos (portanto, já ali, aos 13, 14 anos, o Emerson mostrava sua preocupação com o “social”).
Depois, o Emerson Monteiro conseguiu aprovação no concurso do Banco do Brasil (BB) e de nossa parte fomos aprovados no do Banco do Nordeste (BNB) e, assim, cada um seguiu caminhos outros, desconhecidos, diferentes. Ficou, no entanto, a lembrança da sua inteligência, da sua sensatez, da firmeza das suas ações, do caráter retilíneo já definido, da sua preocupação com as “questões sociais”, de par com certa timidez (ainda hoje uma de suas características).
Muito tempo depois, já morando em Fortaleza e o Emerson de volta ao Crato, tomamos conhecimento, através de familiares, de um “azedo” artigo publicado no Jornal do Cariri, de autoria de um determinado advogado da cidade (que não nos conhece e o qual não conhecemos), no qual fomos citados mais de uma vez, de maneira um tanto quanto desrespeitosa; de imediato, resolvemos que não ficaríamos calados e, quando soubemos que o Emerson Monteiro era um dos diretores da publicação, imediatamente entramos em contato, via e-mail, solicitando o mesmo espaço, à mesma página, a fim de exercer o competente “direito de resposta”; como esperado, ele nos escancarou as portas e assim o texto de nossa lavra “Ao mestre, com carinho”, foi publicado na íntegra (o tal advogado preferiu não treplicar, ao constatar que não estava lidando com algum irresponsável).
O preâmbulo acima é só pra que nos reportemos sobre um recente artigo do Emerson Monteiro (“O parque de exposições de Crato”, veiculado nos blogs do Cariri) tratando da delicada e discutível “relocalização” do Parque de Exposições da cidade; ali, ao nos segredar que “...coça por dentro uma vontade de falar qualquer palavra de cidadão no quadro que se estabeleceu”, o nosso educado Emerson mostra-se visivelmente desconfortável, já que “...a querela estabelecida virou domínio público”; aproveita pra discorrer sobre o crescimento do evento, do caos do trânsito no período da festa, da judiação provocada pela selvageria das alturas do som ensurdecedor (pra humanos e animais, conforme o seu depoimento) e, alfim, sobre a formação de “...uma espécie de cabo de guerra entre os gestores do Município cratense e o Executivo estadual quanto ao jeito certo de resolver, daqui para adiante, onde funcionará o Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti”.
Como estivemos na cidade durante os últimos quatro dias do evento (e de conhecido, lamentavelmente, só encontramos o Pedro Esmeraldo), vamos abordar alguns “detalhes” que não constam do texto do Emerson: 1) há, sim, embora as partes não admitam, interesses “não tão republicanos” por trás de toda essa querela; 2) como o atual presidente do “grupo gestor”, responsável pela organização do evento, é “sogro” do atual Governador do Estado, não há a menor chance de alguém tomar-lhe o lugar (pelo menos enquanto o “genro” estiver dando as cartas; 3) como o Governador do Estado e o prefeito da cidade de há muito não falam o mesmo idioma, é notório o progressivo esvaziamento da nossa cidade (devidamente “escondido” por trás de uma farsa grotesca, a criação de uma tal Região Metropolitana do Cariri, maneira “legal” de direcionar os recursos e empreendimentos estaduais para uma única cidade da região); 4) embora haja espaço suficiente, sim, pra ampliar o atual “Parque de Exposição” (já que apenas 1/3 da sua área é usada/utilizada), bem como para a criação de largas vias de acesso em seu entorno, capazes de resolver de vez o problema da trafegabilidade, o desinteresse do governador do Estado em “bancar” tal idéia (ou projeto) parece ter a ver com a pretensão, externada publicamente pelo próprio querido “genro”, de adquirir – COINCIDENTEMENTE DE UM DOS COLEGAS INTEGRANTES DO TAL “GRUPO GESTOR”, uma enorme área, a preço exorbitante, distante da cidade e certamente de difícil acesso à população, para sediar o “novo” parque (mesmo que no “..Sítio Palmeiral, NAS BANDAS DOS BREJOS, entorno da Avenida do Contorno”, conforme assegura o Emerson).
No mais, seria bastante interessante e certamente esclarecedor se saber o “nome” (ou “nomes”) de quem patrocina e a quem se destina a polpuda “bilheteria” dos dois shows (“noite do brega” e “jovem guarda”) realizados no recinto do atual parque, antes do início oficial do evento, já que, não constando da programação oficial, só pode ter “particular” usufruindo da farra.
Um picolé de chocolate (recheado de morango), pra quem desvendar o "mistério".

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