Você, aí do outro lado da telinha, ainda tá lembrado de que alertávamos a quem de direito, aqui mesmo neste espaço, da possibilidade de que, mais cedo ou mais tarde, também a sede do Bispado (Diocese) possa vir a ser transferida, “vapt-vupt”, de Crato pra Juazeiro ??? E que por trás disso tudo se acha o alienígena italiano que se fez “bispo”, presumivelmente trabalhando nessa direção visando benefícios próprios ???
Pois é, agora, através da última edição da Revista Província (nº 29, de julho/11), seu Diretor, o conceituado professor universitário e jornalista Jurandy Temóteo, com a autoridade moral e bagagem intelectual de todos conhecida, nos mostra que tão sórdida trama, envolvendo a possível transferência não só da Diocese, mas também do seminário, teve origem lá atrás (há exatos 97 anos), arquitetada pelo próprio Cícero Romão Batista (a quem rotula de “...dissimulado, arrogante, ambicioso e vaidoso”) contando com o auxílio dos senhores “...Leandro Bezerra, Floro, Sá e mais amigos”, conforme telegrama enviado ao senhor Nogueira Acióli (vide transcrição abaixo, ipsis litteris), convidando-o a engajar-se em tal projeto.
Convém atentar para a sutileza escondida nas entrelinhas do citado documento, quando Cícero Romão Batista, mostrando toda a sua prepotência, arrogância e vaidade, maquiavelicamente chega a insinuar (ou sugerir) o seu próprio nome pra Bispo (“...MOSTRANDO DIREITO MEU”), nem que para tanto tivesse que PAGAR um certo preço: “...aqui aonde OFEREÇO duas propriedades, valor suficiente patrimônio, casa própria para palácio, terreno seminário, facilidade construção”. E que, para conseguir seu desiderato, chega a “sofismar”, ao peremptoriamente declarar que Juazeiro (ainda nos seus primórdios), seria uma “...cidade maior população” (mentira cabeludérrima, como se vê).
Veja, leia, recorte, guarde, coloque numa moldura ou... rebole no lixo:
“Juazeiro, 21-12-1914. Dr. Nogueira Acioli, Rua Matriz, 63, Rio.
Com Floro, Sá, mais amigos peço irem em comissão ao Núncio. Apresentem EM MEU NOME transferência sede Bispado Cariri para aqui Juazeiro, MOSTRANDO DIREITO MEU, por ter sido empreendedor desde Roma 1898 continuando esforços auxiliado Dr. Leandro Bezerra perante Núncios Apostólicos monsenhores Tonti, Bavona ficando aceito pela Santa Sé e combinação Sr. Bispo D. Joaquim. Reunião Bispo Norte em Pernambuco foi aceita proposta, juntamente outros Bispados. Faça ver DIREITO SEDE AQUI, AONDE OFEREÇO duas propriedades, valor suficiente patrimônio, casa própria para palácio, terreno seminário, facilidade construção. CIDADE MAIOR POPULAÇÃO. Floro diga como bem conhece se esforçando Núncio obter Santa Sé. Sinceras saudações, Padre Cícero”.
Um outro aspecto que merece ser realçado, ali abordado didaticamente e com muita propriedade pelo professor e jornalista Jurandy Temóteo, diz respeito à portentosa riqueza, repentina e inexplicável, de Cícero Romão Batista (à qual também nos havíamos referido anteriormente), ao transcrever as citações abaixo:
De Mons. Antônio Feitosa: “O próprio Padre Cícero põe as armas nas mãos dos que o acusam de ter se tornado excessivamente rico. Diversos autores colheram nos TESTAMENTOS FIRMADOS PELO PADRE CÍCERO EM NOME DE DEUS, alguns dados expressivos e sintomáticos. Diz Morel: “Seu testamento datado de 04 de outubro de 1923 dá notícia de 30 sítios, 16 prédios, um quarteirão e uma avenida de casas, cinco fazendas com gado e benfeitorias e uma mina de cobre””.
De Carlos Chagas: “... dizem com malícia que O ÚNICO MILAGRE REAL DE SUA VIDA foi começá-la pobre e morrer deixando em testamento 31 sítios, vários terrenos, cinco fazendas de gado e benfeitorias, 17 prédios, 04 quarteirões de casas e uma mina de cobre”.
Como se observa, o pseudo-santo tinha “pés-de-barro”, sim senhor, nenhuma humildade, além de reconhecido “bloqueio intelectual”, conforme a Revista Província nos cientifica, a saber: “... Na realidade, o Pe. Cícero era portador de forte preguiça intelectual, pois viveu alheio ao movimento literário do seu tempo, sem livros, ignorando escritores, filósofos e sociólogos, antigos e modernos. Daí a sua incultura, que nunca permitiu escrever um artigo, pronunciar um discurso ou realizar uma conferência – vide Otacílio Anselmo, “Padre Cícero – mito e realidade”, p. 43, Civ. Brasileira, Rio, 1968)”.
Ante o exposto e face o agora publicado pela Revista Província, entendemos que convém lembrar os questionamentos que levantamos a respeito da grotesca farsa conhecida como “o milagre da hóstia” - oportunidade em que a própria Igreja Católica “carimbou” Cícero Romão Batista como “charlatão” - a saber:
1) objetivamente, qual foi mesmo a “causa mortis” que vitimou a beata Maria de Araújo ???; 2) por qual razão os famosos “paninhos”, depositários do seu sangue (exaustiva e recorrentemente usados e difundidos como uma das “provas” do milagre), providencialmente sumiram (ou queimados foram), como se houvesse o temor de que, num futuro não tão distante, com o vasto instrumental que certamente surgiria, um simplório exame laboratorial mais detalhado pudesse diagnosticar alguma comprometedora e letal moléstia (tuberculose ???), determinante e capaz de “demolir” de vez com o tal “milagre da hóstia” ???; e, 3) qual a “ORIGEM-FONTE” dos expressivos recursos que permitiram que alguém, originário de família paupérrima e sem uma remuneração compatível, de repente tenha se tornado “podre de rico” ???
Quaisquer dúvidas poderão ser elucidadas através de consulta à “Revista Província”, edição número 29, de Julho/2011, páginas 153 a 157, artigo “Padre Cícero, um homem de bens”, de Jurandy Temóteo.
Alfim, não custa lembrar e é sempre bom termos em mente o sábio ensinamento do nosso Zé do Vale: “No dia em que um assunto não puder ser tratado por um cidadão, este assunto não existe. Isso é coisa de sociedade secreta, de iluminados, de mensagens cifradas.(...) Se estamos todos aqui discutindo política, cultura, economia, filosofia e o cotidiano o mais certo é que as visões se multipliquem”.
É, nem tudo que parece, é! Ou que reluz é ouro! A Igreja Católica Apostólica Romana é o único imperio que ainda não caiu.
ResponderExcluirAcho que a questão da Diocese é assunto exclusivo dos católicos. Como não-católico, pouco me importa onde ela se localize.
ResponderExcluirAbração.